‹ voltar



Poluição Eletromagnética - Os perigos da radiação 5G

Autor: Eugénio Lopes – Engº Eletrotécnico ISEP – São Paulo Jan.2020

 

Hoje em dia a expressão 5G está presente no nosso quotidiano, mas a noção do que realmente representa é muito difusa, e pouca gente sabe o que realmente quer dizer. A noção geral é de que se trata de uma revolucionaria tecnologia que vai contentar uma sociedade ávida por novidades, não havendo uma informação clara do que realmente é. E, gostando ou não, estamos nos movendo rapidamente para esse mundo da tecnologia 5G que significa a Quinta geração das telecomunicações celulares. Essa 5ª geração foi criada para resolver o congestionamento hoje verificado na tecnologia 4G e permitir uma maior, e mais rápida, transferência de dados possibilitando o uso do que é chamada a Internet das Coisas ( IoT ) na sua sigla em Inglês para Internet Of Things. Mas, será que a necessidade de mais características avançadas de um sistema tecnológico pode trazer inconvenientes?  Recordemos que toda a tecnologia 5G não foi submetida a Qualquer forma de teste ou experiências do seu impacto sobre a saúde dos seus utilizadores.

5G, o que é, então?

A nova tecnologia vai proporcionar recursos de transmissão impressionantes, volumes praticamente ilimitados de chamadas e transmissão de dados quase infinita. Isso será conseguido porque  os 5G vão usar bandas de frequências praticamente inexplorada com comprimentos de ondas milimétricas (MMW’s) – sigla do inglês para milimeter waves –  na faixa entre 6GHz até 300GHz (Giga Hertz) e um numero muito maior de antenas com tecnologia MIMO, como veremos mais adiante.

Comparação das principais características das várias tecnologias:

Tecnologia                         1G                     2G                       3G                  4G                  5G

Início                              1970-80            1990.2004         2004-2010         Agora              2020

Largura de Banda          2 Kbps                64 Kbps           2 Mbps             1 Gbps      Superior a 1Gbps

Tecnologia                   Analógica              Digital          CDMA, UMTS       CDMA             CDMA

Serviço Principal          Telefone             Telefone           Chamadas        Serviço IP         Internet

O que vai ser conseguido pela nova geração 5G será: Velocidades de download muito rápidas.

O 5G e a IoT prometem nos conectar em nossas casas, escolas, locais de trabalho, cidades, parques e espaços abertos a mais de um trilhão de objetos em todo o mundo. De acordo com a Fortune.com, o 5G suportará pelo menos 100 bilhões de dispositivos e será 10 a 100 vezes mais rápido que a tecnologia 4G atual (o 4G já era cerca de 10 vezes mais rápido que o 3G). 5G trará velocidade de download de até 10 Gigabits por segundo o que permitirá que um edifício inteiro de pessoas envie dados uns aos outros ao mesmo tempo, melhorando assim a produtividade.

Antenas em quantidade

As ondas milimétricas (MMWs) não têm muita capacidade de penetrar paredes de edifícios e tendem a ser absorvidas pela chuva e pelas plantas interferindo na qualidade do sinal. Além disso, as ondas de alta frequência como as ondas milimétricas também têm comprimentos de onda muito mais curtos e não podem viajar para muito longe. Para contrariar esse problema, 5G utilizará estações celulares menores (com tecnologia de formação de feixe) redirecionando para nós os pacotes de dados procurando um caminho sem interferências. Para isso, vai necessitar que as antenas estejam posicionadas muito mais próximas umas das outras, o que pode significar colocar antenas praticamente todos os postes de energia ou de iluminação.

Antenas de celular 5G MIMO

As torres de celular 4G atuais têm cerca de uma dúzia de portas de antena para dar conta de toda a comunicação. As novas antenas base de celular 5G, bem menores, serão do tipo MIMO (Multiple Input Multiple Output) e possuem cerca de cem portas. As novas antenas terão cerca de 1 metro de altura, em oposição às antenas atuais muito maiores. As novas células inteligentes terão um alcance de cerca 100 metros e poderão diferenciar entre vários sinais misturados – como ondas de rádio e sinais WiFi – no ar e transmiti-los de volta de maneira ordenada.

Baixa latência – alta eficiência

5G dividirá os dados e os enviará em tamanhos menores para oferecer tempos de transmissão significativamente reduzidos. Os dados serão enviados com apenas um atraso de 1 milissegundo em vez do atraso de 50 milissegundos da tecnologia 4G. Esta comunicação tão rápida permitirá que os equipamentos ‘conversem entre si’ praticamente sem espaço para erros.

Conclusões

Sem dúvidas, todas essas novidades tecnológicas vão modificar o nosso uso dos aparelhos terminais de acesso (smartphones), que terão que ser alterados para acessar as novas gamas de frequência de acesso. Recordo que atualmente os celulares só acessam redes CDMA até 2,5  Ghz e Wi-Fi de 5Ghz, o que significa que para acessar a nova rede 5G  teremos que adquirir novos aparelhos preparados para acessar as redes de até 30 Ghz. Por outro lado, como disse, a nova tecnologia não foi testada para avaliar o impacto da exposição da nova radiação sobre a saúde humana.

Já sabemos que a OMS em 2011 classificou a exposição à radiação eletromagnética de ‘Possivelmente Carcinogênica’ para humanos. E, isso se referia a radiação de frequências de até 2,5 a 5 Ghz usada a essa data. O que poderá acontecer com a exposição permanente e mais próxima a frequências de até 30 Ghz, é uma verdadeira incógnita.

 

Os Perigos da radiação 5G

Atualmente, os EUA lideram a tecnologia 5G, mas assistimos a  uma feroz  ‘corrida’ com a China e a Índia para vender essa tecnologia para o mundo.  No entanto, como já referi, todo este entusiasmo pela nova geração de tecnologias ocorre sem que os EUA ou a China façam qualquer menção a estudos sobre seu impacto sobre a saúde humana. E, os perigos são reais.

Milhares de estudos vinculam a exposições á radiação eletromagnética de radiofrequência sem fios, usados na tecnologia de comunicações, a uma longa lista de efeitos biológicos adversos que incluem:

- Danos sobe o DNA (Quebra nas fitas simples e duplas)

- Estresse oxidativo

- Alteração no metabolismo Celular

- Aumento da permeabilidade da Barreia Hematoencefálica

- Alteração do metabolismo da glicose no cérebro

- Produção de Proteínas de Estresse

- Sem falar em estudos dos efeitos neurológicos que se vêm a verificar, como:

- Aceleração do processo da doença de Alzheimer e Parkinson

- Queima de neurotransmissores

- Alterações de personalidade

- Aumento de suicídios (Sobretudo em camadas jovens)

- Alterações comportamentais

Não devemos esquecer que em 2011, como já mencionei, a Organização Mundial da Saúde (OMS) classificou a radiação eletromagnética como um possível carcinógeno 2B. e isso quando a essa data estávamos usando a tecnologia 3G, com UMTS a 2,1 Ghz. Será que o preço a pagar pela sociedade por uma tecnologia nova irá compensar os eventuais perigos?

 

Razões de preocupação com a radiação 5G

 # 1 – Ambiente com uma sopa mais densa de Contaminação Eletromagnética

Seremos bombardeados por frequências realmente altas em intensidades baixas e de curto alcance, criando uma sopa mais densa e mais complicada de poluição eletromagnética com frequências a serem usadas em locais de uso intenso:

Europa: 24.25 – 27.5 GHz;  China: 24.25 – 43.5 GHz;  USA: 27.5 – 40 GHz;   Japão: 27.5 – 28.28 GHz    Fonte: Novidades no 5G Spectrum – EMFields Ltd.

Gamas de frequências muito altas correspondem a ondas milimétricas cada vez mais curtas, o que diminui o seu alcance. Por isso a necessidade de antenas cada vez mais perto umas das outras aumentando os seus efeitos de exposição sobre os utilizadores.

 # 2 – Efeitos sobre a pele

A maior preocupação é como esses novos comprimentos de ondas milimétricas afetarão a pele. O corpo humano tem entre dois e quatro milhões de dutos de suor. O Dr. Ben-Ishai, da Universidade Hebraica de Israel, explica que nossos dutos de suor agem como “uma série de antenas helicoidais quando expostas a esses comprimentos de onda”, o que significa que nos tornamos mais condutores da energia absorvida.

Um estudo recente de Nova York, que experimentou ondas de 60 GHz, afirmou que “as análises da profundidade de penetração mostram que mais de 90% da energia transmitida é absorvida na camada de epiderme e derme”.

Acredita-se que os efeitos das ondas milimétricas estudados pelo Dr. Yael Stein, da Universidade Hebraica, também causam dor física aos seres humanos à medida que nossos nociceptores reagem em reconhecimento da onda como um estímulo prejudicial. A preocupação é grande com a possibilidade de aparecerem muitas doenças  e cânceres de pele, além de muitas dores físicas.

# 3 – Efeitos nos olhos

Um estudo de 1994 descobriu que a radiação de micro-ondas milimétricas de baixo nível produzia opacidade da lente ocular em ratos, o que está relacionado à produção de catarata.

Um experimento conduzido pelo Instituto de Pesquisa Médica da Universidade Médica de Kanazawa descobriu que a radiação das antenas de ondas milimétricas de 60 GHz podem causar lesões térmicas de vários tipos de níveis. Os efeitos térmicos induzidos por essas ondas milimétricas podem, aparentemente, penetrar abaixo da superfície do olho.

Um estudo chinês de 2003 também encontrou danos nas células epiteliais da lente ocular de coelhos após 8 horas de exposição à radiação de micro-ondas.

E, um estudo de 2009 realizado pela Faculdade de Médicos e Cirurgiões do Paquistão conclui que a radiação eletromagnética emitida por um telefone celular causa perturbações de diferenciação retiniana no embrião de galinhas.

 # 4 – Efeitos no coração

Um estudo russo de 1992 descobriu que frequências na faixa de 30GHz (aquelas que a 5G se propõe a usar) afetavam a variabilidade da frequência cardíaca (um indicador de estresse) em ratos. Outro estudo russo sobre sapos cuja pele foi exposta a MMWs encontrou alterações na frequência cardíaca (arritmias).

 # 5 – Efeitos do sistema imunológico

Um estudo russo de 2002 examinou os efeitos da exposição à radiação de micro-ondas de 42HGz no sangue de ratos saudáveis. Concluiu-se que “a exposição de todo o corpo de camundongos saudáveis á radiação eletromagnética de baixa intensidade tem um efeito profundo nos índices de imunidade inespecífica”.

# 6 – Efeitos nas taxas de crescimento celular

Um estudo armênio de 2016 observou MMWs em baixa intensidade, espelhando o ambiente futuro gerado pelo 5G. Seu estudo realizado com E-coli e outras bactérias afirmou que as ondas haviam deprimido seu crescimento, além de “alterar propriedades e atividades” das células. A preocupação é que ele faria o mesmo com as células humanas.

 # 7 – Efeitos na resistência às bactérias

O mesmo estudo armênio também sugeriu que os efeitos das MMWs são principalmente sobre meios líquidos como a água, a membrana plasmática celular e o genoma. Eles descobriram que a interação das MMW’s com bactérias alterava sua sensibilidade a “diferentes produtos químicos biologicamente ativos, incluindo antibióticos”. Mais especificamente, a combinação de MMW e antibióticos mostrou que pode estar aumentando a resistência das bactérias aos antibióticos.

Esta descoberta inovadora pode ter um grande efeito na saúde dos seres humanos, à medida que estas bandas de frequências começarem a ser usadas. A preocupação é que desenvolvamos uma menor resistência a bactérias. E, à medida que nossas células se tornam mais vulneráveis,  nos tornamos mais expostos a doenças.

Também muita literatura cientifica aponta para que as ondas eletromagnéticas de micro-ondas, com muito baixo comprimento de onda milimétrica, pode exacerbar virús tornando-os mais virulentos.

# 8 – Efeitos na saúde das plantas

Uma das características do 5G é que as MMW são particularmente suscetíveis de serem absorvidas pelas plantas e pela chuva.

Humanos e animais consomem plantas como fonte de alimento. Os efeitos que as MMW têm sobre as plantas podem-nos dar alimentos que não são saudáveis para consumir

A água da chuva que cai do céu sobre as plantas também será irradiada. Um estudo de 2010 em mudas de álamo tremedor mostrou que a exposição a radiofrequências levou as folhas a mostrarem sintomas de necrose.

Outro estudo armênio descobriu que MMWs de baixa intensidade “invocam alterações no espectro da isoenzima peroxidase de brotos de trigo”. A peroxidase é uma proteína de estresse existente nas plantas.

Tudo indica que a tecnologia 5G será particularmente prejudicial para as plantas – talvez mais do que para os seres humanos

 # 9 – Efeitos na atmosfera

A implementação da rede global 5G requer o lançamento de foguetes para colocar satélites em orbita para emitir radiação 5G. Esses satélites têm uma vida útil curta, o que exigiria muito mais lançamentos do que o que estamos tendo atualmente. Um novo tipo de motor de foguete de hidrocarboneto que deveria alimentar uma frota de foguetes suborbitais emitiria carbono preto que “poderia causar mudanças potencialmente significativas na circulação atmosférica global e nas distribuições de ozônio e temperatura”, segundo um estudo californiano de 2010.

O escape de foguete de estado sólido contém cloro que também destrói o ozônio. Pensa-se que os efeitos sobre o ozônio poderiam vir a ser piores do que a exposição atual aos fluorcarbonos (CFC’s).

# 10 – Alterações do ecossistema natural

Desde o ano 2000, há relatos de aves abandonando seus ninhos, além de problemas de saúde como “deterioração da plumagem, problemas de locomoção, redução da sobrevivência e morte”, diz o pesquisador Alfonso Balmori. As espécies de aves mais afetadas por esses baixos níveis de radiação eletromagnética não ionizante são os pardais, pombas, cegonhas brancas e pegas,entre outras.

Mas não são apenas os pássaros. Diz-se que a população de abelhas em declínio está ligada a essa radiação de frequências muito elevadas, reduzindo as habilidades de postura de ovos da rainha levando a um declínio na força das colônias.

Um estudo realizado pelo Loyola College de Chennai em 2012 concluiu que, dos 919 estudos de pesquisa realizados em aves, plantas, abelhas e outros animais e seres humanos, 593 deles mostraram impactos da exposição à radiações de radiofrequências.

5G só estará adicionando mais efeitos nocivos à contaminação eletromagnética existente.

 # 11 – A maioria dos estudos de radiação 5G engana

A tecnologia 5G usará frequências com ondas milimétricas pulsadas para transportar informações. Mas, como aponta o Dr. Joel Moskowitz, a maioria dos estudos sobre 5G é enganosa porque não informa que as ondas são pulsadas. Isso é importante porque as pesquisas em micro-ondas já nos dizem como as ondas pulsadas têm efeitos biológicos mais profundos em nosso corpo, em comparação com as ondas não pulsadas.

Estudos anteriores, por exemplo, mostram como as taxas de pulso das frequências levaram à toxicidade de genes e à quebra de cadeias de DNA.

 

 A radiação 5G já é usada no controle de multidões

Pode parecer difícil de acreditar, mas as frequências 5G que em breve nos cobrirão, estão em desenvolvimento há vários anos por agências de defesa, incluindo EUA, Rússia e China, como um meio de controle de multidões. O exército dos EUA usa ondas milimétricas em armas de dispersão de multidões chamadas Active Denial Systems.

Esta lista de preocupações aponta para um futuro pouco prometedor…

Será que o preço a pagar por uma nova tecnologia valerá a pena?

 

Visto em: https://camposeletromagneticos.wordpress.com/2020/03/22/5g-o-que-e/

Pode ser interessante ler também...

Poluição Eletromagnética - Este surto de Corona Vírus poderá ter ligação com o lançamento da tecnologia 5G??


Busca


Terça-feira, 21 de Maio de 2024










Mulher Vestida de Sol