Os textos abaixo provêm de duas origens:
- A parte DIÁLOGO COMPLETO COM A LÚCIA – Texto oficial das Aparições de Fátima, em que se apresenta o Diálogo entre Nossa Senhora e a Irmã Lúcia.
- A parte COMENTÁRIOS DA VIRGEM MARIA – Extraído do livro “AMOR DE MÃE” de Maria Stella Salvador.
1ª APARIÇÃO - 13 de maio de 1917
DIÁLOGO COMPLETO COM A LÚCIA
NOSSA SENHORA: Não tenhais medo. Eu não vos faço mal.
LÚCIA: Donde é Vossemecê?
NOSSA SENHORA: Sou do Céu.
LÚCIA: E que é que Vossemecê me quer?
NOSSA SENHORA: Vim para vos pedir que venhais aqui seis meses seguidos, no dia 13, a esta mesma hora. Depois vos direi quem sou e o que quero. Depois, voltarei ainda aqui uma sétima vez.
LÚCIA: E eu também vou para o Céu?
NOSSA SENHORA: Sim, vais.
LÚCIA: E a Jacinta?
NOSSA SENHORA: Também.
LÚCIA: E o Francisco?
NOSSA SENHORA: Também, mas tem que rezar muitos terços.
LÚCIA: A Maria das Neves já está no Céu?
NOSSA SENHORA: Sim, está.
LÚCIA: E a Amélia?
NOSSA SENHORA: Estará no Purgatório até ao fim do mundo. Quereis oferecer-vos a Deus para suportar todos os sofrimentos que Ele quiser enviar-vos, em ato de reparação pelos pecados com que Ele é ofendido, e de súplica pela conversão dos pecadores?
LÚCIA: Sim, queremos.
NOSSA SENHORA: Ides, pois, ter muito que sofrer, mas a graça de Deus será o vosso conforto. Rezem o terço todos os dias, para alcançarem a paz para o mundo e o fim da guerra.
COMENTÁRIOS DA VIRGEM MARIA
«Não tenhais medo»
Meus queridos filhos, sou vossa Mãe, a Mãe que vos visita, para vos avisar de certas coisas, para chamar a vossa atenção, para vos aliviar dos vossos males, para vos fazer alguns pedidos, para vos dizer que vos amo. A todos Eu digo: «Não tenhais medo.» Estas Minhas palavras não foram só para aquelas três crianças incultas, atônitas, assustadas, que nada compreendiam daquilo que viam, apesar de já terem recebido uma certa preparação dada pelo Anjo. Essa preparação tocou-os interiormente e ficou-lhes no coração, em nível inconsciente, pronta para agir em momento oportuno. Naquele momento tudo foi admiração, tudo foi novo, porque nova era a experiência pela qual estavam a passar. Em nada se parecia o que experimentavam com o que tinham experimentado com o Anjo.
Por muito belo que o Anjo fosse, por muito que a sua presença se impusesse, essa beleza e essa presença não se podiam comparar com a beleza que Deus Me deu, com a graça que Ele irradia através de Mim, e faz da Minha presença uma presença de amor, de confiança e de alegria. Comuniquei esse amor, essa confiança e essa alegria àquelas crianças, e tornei expansivo o coração da pequena Jacinta, para que a sua alegria a levasse à comunicação da graça que lhe fora concedida, a fim de que o Meu Amor vos pudesse transmitir o Amor de Deus e a Sua Mensagem, através de Mim.
Era preciso que todos soubessem o que vos viera dizer, e continua a ser preciso que todos saibam, pois apesar de muitos procurarem Fátima, poucos conhecem o Amor que tornou Fátima aquilo que é, a mensagem que Fátima vos transmite através daqueles lábios inocentes, e que vos continua a transmitir, ainda, nos dias de hoje. Meus filhos, muitos de vós têm medo de Fátima e, por isso, a contestam. Têm medo daquilo que dela ouvem dizer. Têm medo porque não conhecem realmente nada a respeito da Minha mensagem, que é acima de tudo uma mensagem de Amor, do Amor de Deus, que Me permitiu visitar-vos, e do Meu amor que Me fez procurar[1]vos, Amor que, como a Cruz, tem duas hastes: o Meu Amor a Deus, que me faz entristecer, por O ver tão pouco amado, e o Meu Amor por vós, a quem vejo correr perigos tão grandes. Meus amados filhos, repito-vos o que então disse: «Não tenhais medo.» Não tenhais medo de Mim, das Minhas palavras, do Meu Amor, porque o Meu Amor é Amor de Mãe, é Amor vigilante, compassivo, cuidadoso.
Meus filhos, quero despertar em vós o desejo, o interesse pela Minha mensagem, para que depois vos derrameis em obras de vida. Não tenhais medo daquilo que a vida exija de vós, porque tendes convosco esta Mãe vestida de luz, luz que é a graça de Deus, que mais não espera senão pelo vosso consentimento, pela vossa confiança para derramar esta graça inesgotável sobre vós que sois Meus filhos, a quem quero salvar, a quem quero abraçar, com quem quero viver eternamente, na Pátria Celeste, onde já não tereis dor alguma, mas alegria contínua e festa eterna.
«Eu não vos faço mal»
Meus pobres filhos, como vós sofreis! Comovo-Me com a vossa miséria, com os vossos sofrimentos, com a vossa angústia, com os enganos em que viveis. Acercai-vos de Mim. Eu não vos faço mal. Quem faz mal sois vós, a vós próprios, e é o inimigo das vossas almas, que teimais em ignorar, e com o qual ides vivendo e convivendo diariamente, pois ele assentou arraiais no vosso mundo. É desse mal que vos quero libertar, não só a alguns, mas a todos vós. Sou, Meus filhos, Mãe terníssima, que não ama mais uns que os outros. Amo-vos a todos, e a todos quero conduzir à salvação. Não tenhais receio daquilo que vos pode trazer a vossa convivência Comigo. Vede que Eu não vos faço mal. Não vos vou conduzir a enganos. Vou conduzir-vos à verdade, à luz, ao conhecimento verdadeiro que tanto ambicionais, mas ao qual não conseguis chegar pelos vossos próprios meios, por muito inteligentes que sejais. Vede onde vos conduziu a vossa ciência, essa ciência de que tanto vos ufanais. Quantos conhecimentos, ainda há pouco tempo tidos como verdadeiros, constatais agora que são falsos ou imperfeitos. Vedes que é sempre possível ir mais além no conhecimento, que nunca sabeis tudo e que frequentemente vos enganais. Se fordes por Mim, se caminhardes Comigo, chegareis facilmente a conhecimento muito mais profundo, porque começareis a entender o pouco que sabeis e o nada que sois. Para chegar a este conhecimento é preciso passar pela escola do Meu Amor, que vos ensinará a verdadeira humildade de coração. É desta humildade que tendes medo e, por isso, a desdenhais.
O homem é naturalmente orgulhoso. Quer saber tudo, dar opinião em tudo, até naquilo que não sabe, saindo disso, muitas vezes, profundamente humilhado quando alguém lhe demonstra que não tem razão, quando vê que outro sabe mais que ele. Quantas vozes arrogantes se levantam no vosso mundo, falando do que não sabem! São vozes irônicas, escarninhas, pois a ignorância tapa-se, muitas vezes, com a ironia, como com uma capa, para esconder que não sabe e fingir conhecimentos. Para vós é fácil conhecer este engano. Meus filhos, nunca o verdadeiro conhecimento, a inteligência, a ciência, se mascaram com a ironia, porque os homens verdadeiramente sabedores não descem a tal, nem disso têm necessidade. Não vos faço mal, Meus filhos. Não vos vou conduzir onde não quereis. Vou, com Amor de Mãe, ensinar-vos o caminho por onde vós próprios quereis seguir: o caminho da luz e da felicidade. Não vos venho atormentar, venho abrir-vos a porta da vida, a porta que em vão procurais tatear no vosso mundo de cegos. Venho abrir os vossos olhos, mostrar-vos onde está a verdade de que suspeitais e que vos foge pelos caminhos que procurais frequentar. Não recuseis ouvir-Me. Prestai-Me ao menos alguma atenção, porque Eu trago-vos o segredo da paz de que tanto precisais. Acercai-vos, como se acercaram as crianças inocentes, quando o mais natural seria fugirem daquilo que não entendiam, como acontece a qualquer criança ignorante que viva no meio das serras. Fazei como elas, aproximai-vos que, como a elas, quero ensinar-vos com o Meu 9 carinho de Mãe, fazer soar as Minhas palavras nos vossos corações, derreter neles o gelo do materialismo, da indiferença, do espírito do mundo, que tanto vos faz sofrer. Venho cuidar de vós. Não recuseis os Meus cuidados. Vinde, Meus filhos. Acercai[1]vos. Eu não vos faço mal.
«Sou do Céu»
Sou do Céu, o Céu é a Minha Casa, é lá que Eu moro. Moro junto do Meu Deus, porque o Céu é o lugar onde está Deus. Eu sou do Céu. O Céu é verdadeiramente a Minha Pátria, como é de todos vós. Com mais propriedade, Eu sou do Céu, porque a Minha Alma foi sempre um lugar onde Deus esteve plenamente, desde que fui concebida. Tornei-Me, na Minha conceção, o Céu de Deus, o lugar por Ele ocupado na totalidade, que nunca Lhe foi disputado por rival algum. Eu sou, realmente, a Casa de Deus. A Casa d’Ele é a Minha Casa. Sou do Céu. Sempre pertenci ao Céu, sempre estive no Céu, mesmo quando o Meu corpo vivia na Terra e passava pelas mesmas dificuldades que vós. Vede se compreendeis, Meus filhos. Eu sou do Céu, por lá habitar agora em corpo e alma, mas isso não foi mais que tornar sensível para Mim uma realidade que já existia, porque Eu, por ser Imaculada, sempre fui do Céu, porque sempre fui o Tabernáculo de Deus.
Vós também sois do Céu, mas para vós é uma Pátria longínqua, uma Pátria em que nem sempre pensais, que normalmente não desejais, à qual nem sempre pertenceis, porque muitas vezes a recusais quando pelo pecado a trocais. No entanto, sabeis que não ficareis sempre neste mundo. Não há ninguém entre vós que o ponha em dúvida. E, apesar disso, ai, Meus filhos! O pensamento de que um dia haveis de sair daqui é para vós um pensamento estranho, perturbador, ao qual procurais fugir. Para vós é espantoso, é até aflitivo, pensar que passareis desta vida para uma outra que não vedes, da qual ouvistes falar, mas de que não vistes testemunhas pessoais. É isso que vos assusta e vos faz afastar esse pensamento.
Eu desejaria, Meus filhos, despertar em vós a consciência da existência do Céu, não uma consciência de conhecimento vago, mas um conhecimento cheio de certezas, baseadas na fé que deveis ter na Palavra do Senhor. Desejaria encher os vossos corações de desejos do Céu. Queria ver-vos a desejar o Céu não para fugir ao sofrimento, mas por uma verdadeira saudade da Pátria a que pertenceis com mais verdade do que à Pátria que tendes neste mundo, porque esta tereis de a deixar e o Céu é para sempre. A vossa Pátria aqui é uma Pátria de empréstimo. Deveis suspirar pela Pátria verdadeira, onde vos espera o amor do Pai, os carinhos da Mãe, que vos enxugarão todas as lágrimas, que vos tirarão todas as dores. Meus filhos, não há lugar mais belo, mais feliz que o Céu. Porque é que não o desejais? Porque é que vos apegais tanto ao mundo que tendes de deixar? Eu sei que há em todos vós o instinto da defesa da vida. O instinto foi Deus quem o pôs em vós, para que a defendêsseis dos perigos que por vezes a ameaçam. É normal, é até bom que gosteis de viver, em parte por esse instinto de sobrevivência, em parte por amor à vontade de Deus. Mas isso não impede que o vosso coração não sinta o desejo do Céu, uma certa saudade desse lugar melhor, a que, pelos merecimentos de Meu Filho, tendes direito. É um pouco à maneira daquelas pessoas que vão viver para o estrangeiro e que, por muito bem que sejam tratadas, por muito que lhes agrade esse país, sentem sempre a saudade, a nostalgia da Pátria. É assim que vos quero ver a desejar o Céu.
Ponde de parte a ideia de que a morte deve ser só para os outros, só para os mais velhos. Exercitai-vos no desejo do Céu. Imaginai-o como quiserdes, mas ficai com a certeza de que a vossa imaginação fica sempre muito aquém da realidade, que ela não consegue atingir a beleza e a felicidade que vos espera no Céu. Então por que recusar tal pensamento? Pensai no Céu com amor, sem receio da hora da passagem, porque quando o nosso Deus quiser que deis tal salto, Eu receber-vos-ei nos braços, estes braços de Mãe, ansiosa de vos abraçar. Não receeis a morte, Meus filhos, receai só o pecado. A morte é apenas uma passagem, uma porta que se abre para maravilhas que não conseguis imaginar. Quero ajudar-vos a preparar o vosso céu, a vossa passagem para junto de Mim, para que, quando chegar a hora, tal não vos seja difícil, não entreis em pânico, nem sequer em receios, por nessa hora terdes as vossas almas preparadas, prontas para entrar, e não vos ser preciso ainda alguma espera de purificação. Filhinhos, Eu sei verdadeiramente o que vos espera, a grande felicidade que vos aguarda. Habituai-vos a dizer Comigo no vosso íntimo: «Eu sou do Céu.»
«Vim para vos pedir que venhais aqui seis meses seguidos»
Pedi àquelas crianças que fossem ali seis meses seguidos, no mesmo dia e à mesma hora, porque eles não tinham preparação para lhes poder transmitir a Minha Mensagem toda num dia só. Precisava de os ir preparando mês a mês com as Minhas palavras, com a oração e com o sofrimento que os iria fazer crescer na direção certa. O mesmo era pedir-lhes que fossem fiéis ao seu encontro Comigo, porque, no encontro Comigo, encontrariam a luz e a força de que necessitavam para a missão que Deus lhes confiava. Este encontro mensal era para eles visível, mas todos os dias tinham Comigo vários encontros invisíveis, através da oração e, principalmente, da oração do terço.
E vós, gostaríeis de vos encontrar Comigo? Vejo esse desejo nos vossos corações. Meus filhos, é tão fácil encontrardes-vos Comigo! Depende só de vós, porque Eu aproximo-Me sempre que Me chamais. E vós? Quanto vos chamo! Não vos aproximais! Estais sempre longe, sempre fora da Minha casa, que é o ambiente da oração. É tão fácil encontrardes-vos Comigo! Quereis? Então pegai no vosso terço. Rezai. Quanto melhor o rezardes, mais verdadeiro e profundo é o nosso encontro. Quando pegais no terço, chamais-Me. Fico feliz quando um filho assim Me chama e vou logo para junto dele. Mas constato, com tristeza, que a maioria de vós, depois de Me ter chamado, não Me presta atenção, desvia de Mim os seus olhos, esquece[1]Me, e vai dizendo palavras soltas, enquanto brinca com os seus pensamentos, com os seus interesses. É assim que Me mandais embora. É assim que Me ausento do vosso terço, com a tristeza da Mãe que se vê desprezada pelos filhos tão amados.
Como os pastorinhos perseveraram nos seus encontros Comigo, é preciso que vós também persevereis. Não vos aflijais se vos distraís sem querer, porque Eu própria quero ensinar-vos a rezar. Quando dais conta de que estais distraídos, chamai-Me de novo, virai a atenção para Mim que Eu só desejo ajudar-vos. Estendo para vós os Meus braços, e só espero que vos lanceis neles através da oração, que procurareis fazer cada vez melhor, com a Minha ajuda. Sede fiéis a estes encontros. Mostrai-Me, por eles, o vosso amor, que Eu vos prometo mostrar-vos o Meu Amor, abençoando os vossos esforços, como abençoei os esforços daquelas três crianças. Que nenhum de vós pense que os amei mais a eles do que vos amo a vós, pelo motivo de Me ter mostrado visivelmente. Eles tinham, pela Vontade de Deus, uma missão especial.Vós também, pela Vontade de Deus, tendes a vossa. Tanto vós, como Eu, apenas temos de nos curvar, adorar a Sua Vontade Santíssima, e cumpri-la com amor.
Aceitai a missão que tendes, cada um na sua casa, no seu trabalho, como as crianças aceitaram a delas, e Eu vos protegerei, como as protegi. Sois todos Meus filhos. A todos quero acompanhar. Só vos peço fidelidade, perseverança, como lhes pedi a eles. Como a eles, Eu vos acompanho. Não penseis que a missão deles era mais fácil, porque vos enganais. Aquelas três crianças tiveram uma missão muito difícil. Vós, ao menos, estais protegidos daquilo que os curiosos e 13 os interrogatórios necessários, as dúvidas e a proximidade familiar lhes fazia sofrer. Meus filhos, não tenhais ambições fora da Vontade de Deus. Vivei a vossa realidade. Não vivais de sonhos. No segredo da vossa oração, estais Comigo. Eu venho para junto de vós, todos os dias. Não falteis ao nosso encontro, não só seis meses, mas todos os dias da vossa vida.
«Depois vos direi quem sou e o que quero»
Naquele primeiro dia não lhes anunciei formalmente quem era, mas os seus corações simples e puros facilmente entraram em comunicação Comigo e, no seu íntimo, eles sabiam quem Eu era. Nunca sequer aqueles meninos puseram em dúvida, no interior das suas almas, que fosse Eu a Senhora que tinham visto. Não lhes disse logo o que queria, mas o seu amor de filhos deu-lhes uma intuição muito fina e eles começaram desde logo a descobrir aquilo que Eu queria deles e das outras pessoas que se acercavam. Começaram por perceber que Eu queria o terço, que queria a conversão dos pecadores. Deixaram de rezar terços a correr para irem brincar, e começaram a sofrer com amor aquilo que de desagradável lhes acontecia, vendo aí a Vontade de Deus, a sua missão reparadora, a conversão de muitos irmãos. Meus filhos, a vós também digo que depois Me manifestarei com mais clareza e vos direi aquilo que quero de todos. Ainda não compreendeis bem estas coisas. É preciso que vos vá ensinando, instruindo passo a passo, como a crianças pequeninas. Depois vos direi muitas coisas, mas só depois de Me mostrardes que as quereis conhecer, depois de mostrardes o vosso interesse por Mim e pela Minha Mensagem.
Sabeis quem sou. Sabei-lo todos vós. Sabeis que sou a vossa Mãe, a Mãe que Jesus vos deu quando estava pendente da Cruz, mergulhado num mar de dores, de tal maneira que só por ser Deus e vos amar de forma infinita, se compreende que tenha sido possível lembrar-se de tal delicadeza de amor, que tenha sido possível, até, lembrar-se de vós. Sabeis que sou a Mãe que, do Céu, vos segue com os olhos, atenta a todos os vossos movimentos, cuidadosa, preocupada com as vossas infidelidades, com os vossos descuidos. Mas a Meu respeito pouco mais sabeis e Eu quero que saibais mais. Quero mostrar-vos a Minha forma de pensar e de amar, a Minha forma de sofrer e de viver. Se fordes fiéis, diariamente, aos vossos encontros Comigo, manifestar-Me-ei a vós, dir-vos-ei muitas coisas a Meu respeito, entre elas, irei dizer-vos o que quero. O que quero de vós é pouco e é muito. É pouco para os que Me amam. É muito para os indiferentes e para aqueles que não querem deixar as vias do pecado. Aos poucos vos irei dizendo o que quero. Nunca vos digo tudo de uma vez. Nenhum de vós tem capacidade para receber de repente a manifestação de tudo o que Eu quero, até porque muitas coisas dependem do vosso desenvolvimento e da aceitação diária.
Agora já sabeis alguma coisa. Não é muito, mas chega, por agora, se o souberdes aceitar, se puserdes em prática aquilo que sabeis que Eu quero. A cada um de vós peço todos os dias, em nome de Jesus, qualquer coisa daquilo que fazeis. Peço-vos que façais com mais amor o vosso dever, que ameis o vosso próximo, o trateis com delicadeza, com caridade. Peço-vos que aceiteis a Vontade de Deus, como ela se manifestar. Chega-vos este programa? Oh! Se chega! Com ele podereis chegar a alta santidade. Mas não vos esqueçais de que só o cumprireis se rezardes, e que, quanto mais rezardes, melhor o cumprireis. Esta é uma das coisas que agora vos peço, é até a 15 primeira coisa que vos peço, a que vos é indispensável para viverdes bem.
Meus filhos, hoje e sempre sou vossa Mãe, a Mãe que enxuga os prantos, que modera as dores, que ensina a viver as alegrias. Confiai-Me a vossa vida, que ficareis em boas mãos. Confiai em Mim. Sabeis quem sou. Sou vossa Mãe.
«Sim, vais»
«Sim, vais», disse Eu à pequena Lúcia, quando ela Me perguntou se ia para o Céu. E como gostaria de o poder dizer a todos vós! Meus filhos, entendei que isto que Eu disse à Lúcia, disse-o vendo o futuro na luz de Deus, pois só Deus conhece o futuro e só a Sua luz no-lo desvenda. Foi na luz de Deus que Eu vi qual seria a opção final de Lúcia. O que lhe disse não foi como que um destino. Não foi o Céu oferecido de bandeja, por ela Me escutar naquele momento. Disse-lhe: «Sim, vais», mas isso não excluía todo o esforço que ela teria de fazer. Não foi um presente que lhe fiz, foi o desvendar daquilo que ela iria querer e escolher, por sua própria vontade e determinação. Eu não determinei que ela se salvaria. Seria ela que iria querer salvar-se, lutar e sofrer para tal. Lutar contra as tentações, sofrer tudo o que tal opção lhe traria a nível de vencimento pessoal e de trabalho pelo Reino do Senhor nos seus irmãos.
Igualmente para vós, Meus filhos, não sou Eu que disponho do vosso futuro. Sois vós que dispondes dele. O vosso Pai do Céu respeita-vos tanto que não vos impõe a salvação à força. Vós é que tendes de a escolher. É para que façais a vossa opção em termos de vida eterna que Eu vos procuro tanto, que corro atrás de vós, porque sei, porque vejo na luz de Deus as vossas possibilidades. Sei e vejo que muitos de vós não vos salvaríeis se não fosse com estas Minhas ajudas, com esta Minha perseguição amorosa de Mãe. Ai, Meus queridos filhos! Quantos de vós! Quantos de vós nem com as Minhas ajudas quererão salvar-se! Ai, Meus filhos! É com os olhos cheios de lágrimas que vejo na luz de Deus a opção final de muitos de vós! Sou vossa Mãe e sei os perigos grandes que correis com o vosso procedimento, com a vossa lassidão, os vossos desleixos, os descuidos com a oração, os perigos que correis pela falta de critério, pela falta de discernimento entre o que é pecado e o que não é pecado.
Meus filhos, atualmente cometem-se os mais horríveis pecados e, o que é pior de tudo, é que vós já nada considerais pecado! Meus filhos, como podeis comungar com as vossas almas nesse estado? Não sentis bater o vosso coração de temor de Deus? Os vossos corações são de pedra! Tantos de vós fazem comunhões sacrílegas, porque vivem em pecado, alguns de vós até publicamente, em situações contra a lei de Deus, em falsos matrimônios, em recusa da maternidade, e, com os vossos pecados, aumentais a confusão geral daqueles que já não sabem o que pensar e que, por ignorância, acabam por dizer que as leis da Igreja devem ter mudado, e fazem como vós, porque vós passais por bons a seus olhos.
Cuidado, Meus filhos, com o escândalo que provocais! Não queirais, com o vosso pecado, com o vosso escândalo, com a vossa falsidade mascarada de virtude, atrair ao pecado outras almas! Meus filhos, só Deus vê os vossos corações, e os vossos irmãos muitas vezes são enganados com as vossas aparências de santidade, quando nas vossas almas está o pecado e o sacrilégio! A vossa Mãe angustia-se a olhar para muitos de vós. Meus filhos, olhai para Mim! Convertei-vos, arrependei-vos! Largai toda a vida de pecado, por muito que isso vos custe! É preciso muita oração da vossa parte para dar força a muitos dos vossos irmãos que são tão fracos, que não conseguem optar por Mim e pelo nosso Deus.
Ajudai-Me, Meus filhos, vós que estais perto do Meu Coração. Ajudai-Me com as vossas orações por esses irmãos, para que também se salvem, como vós vos quereis salvar. É preciso trabalhar muito para impedir o avanço do mal, que alastra em rios de lama. Filhinhos, trabalhai Comigo. Orai, orai muito, para não cairdes em tentação, para que os vossos irmãos não caiam, e para que os que caíram saiam do pecado. Aceitai toda a cruz, todo o sofrimento. Mortificai-vos, mesmo, por amor deles, porque só a oração e a penitência vencem o mal. Colaborai Comigo, Meus filhos, pois vós e só vós sois os autores da vossa escolha, da vossa salvação. Ajudai-Me a ajudar-vos, para que Eu possa dizer a todos vós como disse à Lúcia: «Sim, vais.»
«Também»
Também a Jacinta iria para o Céu, respondi Eu à pergunta de Lúcia. Com que amor, com que carinho o disse, fitando o rosto da pequenita, levantando assim o véu que cobria o futuro, que cobria a sua vontade, a sua opção final, que não foi mais que o continuar da sua opção diária, pois a Jacinta nunca optou senão por Deus. Basta-Me a palavra “também” para definir aquilo que ela iria escolher, porque o seu amor a isso a inclinava. Por essa escolha, ela iria sofrer e sofrer muito, porque o caminho que leva ao Céu não é um caminho fácil. Caminho fácil é o do mundo, que vos embala com promessas falsas de vãos prazeres de luxos e de modas. Mas esse caminho fácil, por onde tantos de vós querem seguir, desemboca em becos sem saída, onde tantas vezes vos desesperais sem saber o que fazer, ou como resolver os vossos problemas. Para alguns de vós, esse beco sem saída é um caminho de conversão, porque, ao sentir-vos aflitos, recorreis a Mim, e mudais de caminho. É justamente com esse fim que o Senhor permite certas situações bastante aflitivas para vós, e que levam aqueles que não têm fé a perguntar porque é que Deus permite tais coisas. Pois é, Meus filhos, permite-o para vos levar à conversão, à mudança de vida, para verdes que o mundo não vos dá felicidade e não resolve os vossos problemas, para que vos desiludais dele e procureis o caminho estreito, rude, mas verdadeiro e seguro, esse caminho onde Me encontrais, pronta a amparar-vos, a resolver as vossas dificuldades, a vencer as vossas angústias, a trazer-vos a cura dos vossos males.
Também a vós, Eu quero dizer essa pequena palavra: “também”. Também, sim, também vós podereis ir para o Céu, se quiserdes acompanhar-Me neste caminho, seguir Comigo dentro da lei do Senhor, se não andardes por caminhos maus, caminhos falsos, tentando desculpar-vos de tantas formas, nenhuma delas válida, porque a lei do Senhor é só uma, e só tereis a Vida Eterna se Lhe obedecerdes.
Filhinhos, dizei-Me por que não quereis escutar a Minha voz? Por que não fazeis o que tanto vos tenho recomendado, e continuais na mesma vida descuidada, de mãos dadas com o pecado a que já vos habituastes? Ai, Meus filhos, tende muito cuidado, se vos adaptastes a algum pecado, de forma a viverdes comodamente com ele e a já não vos incomodar nem inquietar. Meus filhos, se isso vos acontece, estais em grande perigo, porque com esse pecado que não quereis corrigir, em que já não pensais, estais diariamente a dizer “não” a Deus, e correis o perigo de, se morrerdes ainda nessa forma de pensar, passardes desta vida para a outra com o não na boca. Na outra vida, Meus queridos filhos, não vos poderei valer, porque não poderei demover a vossa vontade, como estou tentando fazer agora. Na outra vida, nem vós podereis modificar aquilo em que a vossa vontade estava no momento da morte. É grave, muito grave este perigo, Meus filhos.
É a vossa Mãe que vos pede, não arrisqueis a vossa eternidade por uns instantes de prazer, por uns dias ou uns anos que sejam, mais a vosso gosto. É tão horrível, Meus filhos, o estado de quem passa assim para a eternidade, que não dá para se arrepender perante essa desgraça, que só então vê! Garanto-vos que, se fosse possível alguma alma então arrepender-se, Deus a perdoaria e a salvaria. Mas tal não é possível, porque a alma não quer. A vossa teimosia branda de agora transformar-se-á em teimosia agressiva e deliberada.
Filhos meus, o Céu também é para vós, sejam quais forem os vossos erros, os vossos pecados. Peço-vos como Mãe, arrependei-vos, convertei-vos, mudai de vida. Quero dar-vos a felicidade, quero-vos eternamente Comigo, porque vos amo, porque sou vossa Mãe e quero no Céu não só aqueles três pastorinhos, não só os santos que já lá estão, mas vós também.
«Também, mas tem que rezar muitos terços»
Assim Me referi ao pequeno Francisco. Francisco era um rapazinho como qualquer rapazinho da sua idade, com qualidades e com defeitos. Na verdade, Francisco tinha mais qualidades que defeitos, e estes também não eram grandes, dada a sua pouca idade. No entanto, as traquinices habituais dos rapazes iam já aparecendo na sua vida. Os rapazes foram sempre dados a brincadeiras mais violentas que as meninas, e para eles é mais fácil cair em faltas, pelos maus exemplos, pelas companhias que frequentam e que arrastam para as mesmas coisas. Compreendei, Meus filhos, que a alma do Francisco era ainda uma alma de criança serrana, sem contágio do mal, mas cujo brilho começava a ser embaciado aos olhos de Deus, pelas companhias de outros rapazes menos delicados e com educação familiar muito inferior. O mesmo não acontecia com a Jacinta que, mais pequena, vivia mais recolhida na sua casa, nem com a Lúcia, dado o seu carácter e a sua condição de filha mais nova, vigiada por todos em casa.
Apontei ao Francisco a forma de apagar as suas faltas com a oração, uma vez que não lhe seria exigido o sofrimento da Jacinta, e porque seria o primeiro a partir. Apontei-lhe a oração do terço. Isso não queria dizer que a irmã e a prima estivessem dispensadas de o rezar. Elas igualmente iriam rezar muitos terços. Quis, principalmente, ao apontar-lhe este meio de santificação, apontá-lo a todos vós, que tendes muito mais a purificar que o Francisco.
Meus filhos, se o Francisco, que era um rapaz, uma criança inocente, precisava de rezar muitos terços, que direi de vós? Se as pequeninas faltas do Francisco precisavam de muitos terços para se apagarem, que direi das vossas, cheias de malícia? Que direi de vós a quem tanto tenho falado e ensinado, e que continuais sem emenda das vossas faltas, que as escudais com a desculpa do vosso feitio, dos tempos em que viveis, do vosso trabalho, de que os outros também fazem, e quantas mais desculpas, todas inválidas aos olhos de Deus. Compreendei, Meus filhos, que no Céu não entra sombra alguma. Todas as almas, para entrarem no Céu, têm de estar cristalinas, a fim de refletirem a luz de Deus. Sereis vós próprios que vos lançareis na purificação se não estiverdes em condições, e, conforme for a natureza das manchas que levardes e a sua quantidade, assim poderá levar mais ou menos tempo a vossa purificação.
Apontei ao Francisco o meio fácil de se purificar na Terra. A purificação do Francisco seria centrada principalmente na oração, como a da Jacinta e da Lúcia seria no sofrimento, que também não as dispensou da oração. Para vós todos também, aponto o terço como meio mais fácil de vos purificardes. É um caminho que abro àqueles que são mais frágeis, com mais medo de sofrer. Mas reparai que não rezeis terços maquinais, a correr, para serem muitos. O terço deve ser rezado com amor, para realmente vos purificar. Terços maquinais, a pensar noutras coisas, perdem o valor. Não era assim que o Francisco rezava. Foi por rezar muitos terços com amor que ele se tornou uma alma contemplativa, porque Eu, através do terço, dou às vossas almas, quando o rezais bem, a graça da contemplação. Aproveitai este meio poderoso, que ponho nas vossas mãos, e tereis tudo a ganhar com ele.
Reparai agora noutro ponto que vos desvendo a respeito dos terços que mandei rezar ao Francisco. Não penseis, Meus filhos, que esses terços todos que ele rezou foram apenas para se purificar, nem que ele tivesse faltas grandes para tal. Já vos disse que o Francisco apenas tinha pequenas faltas de rapazinho, que ainda pouco pensa no que faz. O Francisco rezou os terços por si e pelas almas que Deus tinha ligado à dele. Era através do terço que Eu queria que ele as ajudasse a salvar. O Francisco seria o primeiro a partir. Tinha pouco tempo. Era preciso, portanto, rezar muito para satisfazer a sua missão, para cumprir aquilo de que, perante o Senhor, tinha obrigação. E ele só entraria no Céu depois de o cumprir. Aconselhei-lhe a forma de o conseguir na Terra, no pouco tempo que lhe restava, e ele obedeceu com fidelidade. Aliou a isso também bastante sofrimento voluntário, como a sua irmã e a sua prima. Mas ele tinha pressa, por isso era preciso rezar muito. E assim o Francisco, através do Meu terço, chegou à oração contínua aconselhada por Jesus. Tirai das vossas cabeças a ideia de que o Francisco precisou de rezar muitos terços para expiar os seus pecados. Ele expiou as suas pequenas faltas, e conseguiu, através do terço, a conversão de muitas almas e a perfeição da oração, que muitos de vós passam dezenas de anos sem conseguir.
O terço, quando o rezais bem, é para vós um meio de expiação, intercessão, reparação, santificação. Prestai-Me atenção, Meus filhos. O terço é um tesouro que ponho nas vossas mãos. Pensai nisto cada vez que lhe pegais, e acabareis por lhe pegar muito mais e com mais amor. Pensai que é o tesouro que vossa Mãe vos dá para vos santificardes e para santificardes aqueles de quem tendes responsabilidade. Não se pega num tesouro de qualquer maneira, e não deve ser de qualquer maneira que rezais o terço. Prendei-lhe a vossa atenção. Meditai-o com amor. Pensai que vos dirigis a Mim, que estais a usar o crédito da vossa Mãe para comprar a santidade e para comprar almas para o Céu. Este foi o caminho simples do Francisco, que o levou a uma santidade grande. Será também o vosso, se quiserdes ser fiéis. Filhos queridos, não recuseis o colar de pérolas que vos ofereço e que é formado por tantas lágrimas que choro por vós em todo o mundo. Pegai no terço e rezai, Meus filhos. Vós também ireis para o Céu, mas tendes de rezar muitos terços.
«Sim, está»
Sim, está, respondi à curiosidade infantil de Lúcia. Em duas palavras revelei-lhe o destino eterno de uma jovem que ela conhecera. E foi com verdadeira satisfação de Mãe que o disse, de Mãe que vê um filho alcançar a meta almejada, chegar com êxito ao fim da carreira, iniciando uma vida de contínua felicidade, sem possibilidade de a vir a perder. Sim, estão Comigo, essa alma e muitas mais, muitos irmãos vossos, que aceitaram a Salvação que o Meu Filho lhes trouxe, pelas quais Ele não derramou em vão o Seu Sangue, que não deixaram esterilizar para si o Meu sofrimento, que souberam aceitar o tesouro que o Senhor oferece a todos.
Sabeis, Meus filhos, que enquanto estais no mundo, estais sempre em perigo, correis sempre algum risco de deixar perder esse tempo, de o desperdiçar, de, como loucos, o trocar por punhados de lixo? Meus filhos, vejo tanto lixo à vossa volta que, como Mãe, temo pela sorte de muitos de vós que, inconscientemente, brincam com esse lixo, como crianças ignorantes que se entretivessem brincando numa lixeira. A qualquer de vós, a vossa própria mãe procuraria retirar do meio do lixo, falando-vos das doenças, dos contágios que poderíeis apanhar. Maiores doenças, maiores contágios apanham as vossas almas junto do lixo espiritual que vos rodeia por todos os lados e de que já nem fazeis caso, dizendo, como quem sabe o que diz, que isso não vos faz mal, não vos afeta. Se vísseis como Eu, estremeceríeis de horror e perguntaríeis a vós próprios como é possível terdes os olhos abertos e não verdes, serdes criaturas inteligentes e não quererdes reconhecer o grande mal que vos faz o contágio com os ambientes que frequentais porque quereis, onde vos meteis com tanta imprudência só porque outros que conheceis também vão, e não quereis ficar para trás, mal vistos entre os amigos.
Sou uma Mãe que avisa, sou uma Mãe que vê ao longe, que vê onde as mães da Terra não veem. Sou uma Mãe que vê do Céu, à luz de Deus, os perigos de que vós não tendes consciência. Meus filhos, todo o ambiente de moral confusa é perigoso. São ambientes resvaladiços, onde podereis facilmente escorregar e sujar-vos. Todas essas conversas livres, esses divertimentos que entontecem, que vos fazem sair de vós, são ambientes maus. Essas euforias, tantas vezes provocadas pelo álcool ou por qualquer outra excitação, são sinais de doença, de contágio no ar. Muitos de vós estão ofendendo a Deus com a forma de falar, de proceder e de vestir. Grande doença, Meus filhos, grassa no mundo, com as modas que são vírus que ele vos lança, com os quais adoeceis, e passeais a vossa doença por todo o lado, às vezes até nos santuários, como se ela fosse agradável de ver.
Meus filhos, é a vossa Mãe que vos diz, sois muito desagradáveis de ver do Céu, com as roupas que a vossa moda vos dita, e com ela ofendeis a Deus diariamente. Não estais belas, minhas filhas, assim vestidas estais muito feias a Meus olhos, aos olhos dos Anjos, aos olhos de todos que vos veem com os olhos clarificados pela luz de Deus e, o que é pior, aos olhos do próprio Deus. Venho abrir os vossos olhos, tentar fazer neles penetrar alguma luz, e pedir-vos que, por amor de Deus e por amor das vossas almas imortais, deixeis de vos meter nesse lixo, deixeis de proceder assim, de vestir assim, para Eu poder dizer de vós daqui a algum tempo, tempo esse que vós não sabeis quanto será, muito ou pouco, aquilo que disse dessa jovem: «Sim, está no Céu.»
Não brinqueis com a eternidade. Não troqueis o Céu por uns gozos passageiros, por uns simulacros de beleza, que são banalidade mundana. Prestai atenção. Se Me amais um pouco, fazei o que vos digo, porque o que vos digo é a expressão do Meu Amor de Mãe, que vê mais do que vós e que quer a vossa salvação, que quer dar-vos todo o bem, dar-vos o Céu.
«Estará no Purgatório até ao fim do mundo»
Queridos filhos, como vossa Mãe tenho o direito e o dever de vos avisar daquilo que vos espera do lado de lá do vosso mundo, assim como a vossa mãe terrena vos avisa das coisas que não sabeis, conforme a vossa idade e a vossa inexperiência. Perante Mim, todos vós sois crianças e muito inexperientes. Todos, constantemente, vos meteis em perigos, mesmo aqueles que se ufanam do seu saber. Se vós soubésseis, ao menos, como sabeis pouco, procuraríeis, com mais frequência, aprender algumas lições junto de Mim. Mas como presumis que sabeis, torna-se-Me muito difícil, para não dizer impossível, ensinar-vos, pois faltais às Minhas aulas. Sois como crianças que, por conseguirem ler algumas palavras se recusassem a ir à escola, dizendo já saber. Meus filhinhos, vede que, junto de Mim, aprendereis a ciência de vossa Mãe, que está em melhor posição que vós para ver.
Vós vedes de baixo, muito de baixo, e tendes à vossa frente as limitações da vossa carne, o orgulho do vosso espírito, as ambições pessoais, as tentações que rondam, os espaventos do mundo, os barulhos, a grande confusão em que viveis. Como quereis ver para este lado com tanta coisa à frente e, para mais, sendo bastante fracos de vista? Eu, vossa Mãe, vejo tudo do lado de cima. Nada se põe diante dos meus olhos a dificultar-Me a visão. Vejo bem, vejo mais do que, por vezes, desejaria ver, porque vejo coisas que Me magoam e afligem muito, coisas que vós fazeis por inconstância, por desinteresse, por apego ao pecado. Vinde, meus filhos, aqueles entre vós que têm vontade de aprender Comigo. Não recuso ninguém nas minhas lições. Todos podeis vir quando quiserdes, mas procurai não adiar, não aconteça que não chegueis a vir e que fiqueis dolorosamente surpreendidos ao chegar ao lado de cá. Foi o que aconteceu a esta jovem.
Bem gostariam, muitos de vós, de poder apagar estas Minhas palavras àquelas crianças, mas elas estão firmemente escritas em todos os livros que descrevem, com rigor, as aparições de Fátima, e digo-vos, meus filhos, elas são muito importantes. Lendo-as, aprendereis a não vos deixar enganar por aqueles que inventarem a ideia de que o Purgatório não existe. Meus filhos, onde ouvistes tal coisa? As pessoas que o dizem estão erradas e são maus instrumentos no vosso mundo, procurando enganar-vos e levar-vos a uma vida descuidada de facilidades. É o Meu Coração de Mãe que vos procura e vos fala em Fátima. Reparai que nessa altura ainda não havia estas ideias modernas que dizem que o Purgatório não existe, e Eu vim avisar-vos da sua existência com alguma antecedência, para que, quando essas teorias chegassem, não lhes désseis atenção. Elas chegaram e vós estais descuidados. Por isso, muitos de vós estão confusos e já não sabem bem em que acreditar.
Meus filhos, prestai atenção. O Purgatório existe e é muito doloroso, muito mais doloroso do que qualquer dor que experimenteis na Terra, porque na Terra tendes sempre possibilidade de vos distrairdes e a vossa própria carne abafa a dor. No Purgatório não há distrações, não há carne, é pura dor, dor purificadora, é dor de estar afastado de Deus, é dor de verdes as vossas manchas, tantas, tão grandes, que demoram, por vezes, muito a desaparecer, mesmo no meio dessa purificação. E não penseis que é o vosso Deus de Amor que vos lança aí. Sois vós próprios que, ao verdes como sois, à luz de Deus, para lá fugis, vos retrais d’Ele, vos colocais nessa situação, pois não podeis suportar a vossa fealdade no meio da luz do Pai. Meus filhos, tende cuidado com os pecados que praticais, porque o pecado, mesmo perdoado, deixa sempre uma marca difícil de tirar. É como a cicatriz que fica de uma ferida curada. Vede se conseguis, por vossos próprios meios, tirar uma cicatriz do vosso corpo. Para isso são precisas operações delicadas. O mesmo acontece com as vossas almas. Tende cuidado. Procurai viver em pureza, em reta intenção, no Amor de Deus.
A respeito das marcas que tendes dos pecados já cometidos, colocai-vos, desde já, sob a ação poderosamente purificadora da Caridade que apaga a multidão dos pecados. A Caridade tem força para purificar as vossas almas, fazer nelas as operações necessárias para vos retirar essas cicatrizes, a fim de que chegueis belos e sem marcas, no fim da vossa vida. Mas aviso-vos, meus filhos, a ação da Caridade não é fácil. A Caridade é fogo que vos queimará, mas é preferível, é mais fácil que seja agora. A Caridade é o fogo do Amor que vos levará a fazer tudo por Deus, a não reclamar, a sorrir aos vossos irmãos, mesmo aqueles que vos incomodam, vos levará a perdoar sem condições, nem divulgações do perdão, vos levará a viver sem críticas, sem murmurações, sem duplas intenções. É difícil, mas Eu sou a vossa Mãe e companheira. Estou convosco, quero e prometo ajudar-vos a trilhar este caminho que vos aponto. A Caridade deve levar-vos também a rezar por estes pobres irmãos vossos que já não se podem valer a si mesmos pois é sempre possível, pelas vossas orações, ou sacrifícios, diminuir o tempo previsto inicialmente para a sua purificação no Purgatório. Lembrai-vos de que o que rezais por eles encontrareis em depósito para vós se tiverdes de ir para tal lugar. Por isso, é duplamente vantajoso rezar por tais irmãos.
Filhinhos, esta é a lição que hoje vos queria transmitir. Aproveitai-a. Ponde-a em prática. Fazei o que puderdes para chegardes sem demora, depois da morte, aos Meus braços ansiosos de Mãe.
«Quereis oferecer-vos a Deus para suportar todos os sofrimentos que Ele quiser enviar-vos, em ato de reparação pelos pecados com que Ele é ofendido e de súplica pela conversão dos pecadores?»
Esta minha pergunta não perturbou, nem causou confusão ou dúvidas naquelas crianças. A sua resposta afirmativa foi imediata. Eles aceitaram sem qualquer reticência a minha proposta, porque viram nela o Meu desejo de Mãe, que, preocupada com outros filhos, lhes pedia este oferecimento e, para tal, os fortaleceria. Não recearam a sua fraqueza de crianças, porque naquele momento de decisão confiaram em Mim. Foi como lançarem-se no espaço, com a certeza de que cairiam nos Meus braços. Esta confiança das crianças, em vão a procuro em vós, meus filhos. Tendes sempre tantos raciocínios, tantos receios, tantas falsas prudências! Tudo isso é porque não confiais em Mim, porque não Me vedes realmente como vossa Mãe. Não pensais que, se sou vossa Mãe, tenho forçosamente de vos proteger? Qual é a mãe que não protege os filhos que vê em perigo, mesmo que sejam culpados desse perigo por qualquer imprudência? Vede que a imprudência, se é cometida na base da confiança em Mim, torna-Me responsável por vós. É uma imprudência muito diferente daquelas que fazeis com tanta frequência, para satisfazer a vossa vontade, os vossos apetites, as vossas ambições.
A estes Meus pequeninos filhos Eu pedi diretamente este oferecimento, o que não faço, geralmente, a todos vós, Meus filhos. Dou-vos muitas vezes a entender o que gostaria que fizésseis, convido-vos de diversas maneiras, através de leituras, de conselhos, de inspirações na oração. Mas a resolução, como com aquelas crianças, tem de ser sempre vossa. Nunca forcei um filho a coisa alguma. Apenas peço. Peço a todos que ganheis consciência do mal que alastra pelo mundo e que tanto preocupa o Meu Coração. Este Meu pedido não é por vós tomado em consideração, pois, se o fosse, não viveríeis com tanta despreocupação, de mãos dadas com o mundo, com o secularismo, com o pecado. Viveis indiferentes a este problema porque não Me amais. Como não Me amais, não pensais em Mim, não escutais as palavras que, por todas as formas, segredo aos vossos corações.
Vim a Fátima para chamar a vossa atenção, para vos prevenir, antes que as lamas do pecado do mundo chegassem até vós. Tendes a Minha Mensagem esquecida. Dizeis, como quem sabe, que Fátima é oração e penitência, mas que são essas palavras para vós? Têm algum eco nos vossos corações? Se tivessem, praticá-las-íeis e, através dessa prática, Eu faria chegar ao vosso conhecimento tudo o mais que precisais de conhecer. Mas vós não rezais, não fazeis penitência. Se rezais algumas orações, muitas vezes fazei-lo a correr, como quem cumpre uma obrigação aborrecida, e deixais essas orações para depois de tudo o resto que vos apetece fazer. Rezais sem amor, Meus filhos, e, por isso, não conseguis fazer penitência, a verdadeira penitência, que significa mudança de vida. Não mudais de vida. Continuais escravizados à vossa forma de pensar, aos vossos apetites, às vossas raivas, aos vossos pecados. Com quem poderei contar, entre vós, para que Me ajudem a rezar por todos aqueles que não Me escutam e se afundam mais nas lamas do pecado? Quem, entre vós, Me quer escutar, escutar a Minha Mensagem até ao fim e pôr em prática, na própria vida os Meus conselhos de Mãe? Se vísseis um filho vosso em perigo de morte, sem lhe poderdes valer, o vosso coração e a vossa boca gritariam que se afastasse desse perigo. Então compreenderíeis a Minha aflição, o motivo por que percorro o mundo à procura de filhos transviados. Ai, queridos filhos, muito ou pouco, todos vós estais transviados, todos vos transviais todos os dias.
Escutai a Minha voz. Sede dóceis a vossa Mãe, como o foram aquelas três crianças. Não peço a todos o oferecimento que lhes pedi a elas, mas peço a todos, isso sim, que aceiteis com amor a Vontade de Deus, o sofrimento que Ele vos quiser mandar, e que o ofereçais pela conversão dos pecadores, e para reparar o vosso Deus tão ofendido. Meus filhos, vós precisais de mudar de vida, de fazer bons propósitos. Fazei hoje o propósito de aceitar a Vontade do Senhor, mesmo que não a compreendais. E fazei o propósito de rezar com mais amor, de pensar em Mim, de pedir a Minha ajuda, porque Eu não vos faltarei. Não deixarei cair nenhum filho que confie em Mim. Aumentai a vossa confiança. Fitai o Meu rosto. Quero comunicar-vos a Minha Mensagem. A Minha Mensagem para hoje é esta: Há almas a salvar. É preciso que vos responsabilizeis, que rezeis, que trabalheis para a sua salvação. Há pecado a reparar. É preciso que repareis. É preciso que vos convertais vós próprios, em primeiro lugar, a um amor mais puro ao Senhor, pela aceitação da Sua Vontade. Conto convosco, Meus filhos. Agradeço e abençoo a todos os que Me escutarem e disserem sim ao Meu convite.
«Ides, pois, ter muito que sofrer, mas a graça de Deus será o vosso conforto»
Meus amados filhos, vim junto de vós para vos mostrar o Meu Amor de Mãe e arredar de todos vós o medo de sofrer, como o arredei das três crianças que tão prontamente abriram os seus corações às Minhas palavras e aos Meus convites. É fácil para Mim trabalhar em almas tão maleáveis como as daqueles pequenitos, e gostaria muito que todos vós Me désseis tal facilidade, com a abertura sincera dos corações às Minhas palavras, ao Meu Amor de Mãe. Filhos muito queridos, Eu desejaria ter só alegrias para vos anunciar, mas tenho de vos anunciar dores, porque, forçosamente, vos esperam dores, quer pela vossa situação de criaturas da Terra, quer pelos vossos pecados, mas, mais ainda, pela reparação que é precisa pelos pecados tão graves deste século. Não vos posso retirar o sofrimento, mas posso fortalecer-vos, para que o encareis sem medo, até com amor. Este é o milagre que quero fazer nas vossas almas fracas e temerosas, que tudo fazem para escapar à mais pequena dor, que inventam mil mentiras para se desculparem e fugirem à humilhação.
Meus filhos, vede diante de Mim aquelas três crianças serranas. Vede como Eu as fortaleci, porque elas precisavam de fortaleza para a grande missão que acabavam de aceitar. Não lhes escondi o sofrimento que as esperava, mas mergulhei-as na luz da graça de Deus, que as fortaleceu, como a mais forte couraça. É isso precisamente que quero fazer a todos vós, mas só o posso fazer se, como elas, estiverdes dispostos a aceitar o que Deus vos enviar, estiverdes permeáveis à graça. Vós já ouvistes falar da graça de Deus. Alguns de vós até já ouviram e leram muito sobre isso, mas nenhum de vós a conhece verdadeiramente, porque a vossa carne pecadora, o vosso espírito soberbo são barreiras que a afastam e são cegueira que afeta os olhos da vossa alma. A graça que foi concedida a estas crianças foi sensível e muito especial, porque tal era necessário para a sua missão. Não espereis ver a luz da graça de Deus, como a viram os meninos, pois vós não tendes a missão deles. Mas podeis ter a certeza de que, se Me abrirdes os vossos corações, se acederdes aos Meus pedidos, Eu nela vos mergulharei, mesmo sem sentirdes, como os mergulhei a eles sensivelmente, e a graça agirá em vós da mesma forma, dando-vos força para sofrer tudo aquilo que for preciso para a reparação de tanto pecado e para a conversão, vossa e dos vossos irmãos.
Não tenhais medo, Meus filhos, confiai em Mim. Nada vos darei que não possais suportar. Ajudar-vos-ei, com a Minha mão, a levar o peso da vossa cruz. Prometo-vos estar junto de vós sempre que sofrerdes, amparar-vos na vossa luta, segurar-vos para não cairdes, defender-vos, como a mãe defende os seus filhos, de qualquer perigo que os ameace. Vós não sabeis, Meus filhos, mas correis muitos perigos e precisais de Mim muitas vezes, muitas mais vezes do que aquelas em que reparais que escapastes de um perigo, porque há perigos que não vedes, dos quais vos defendo e de que não dais conta.
Agradecei, filhos Meus, todas as noites, antes de adormecerdes, todos os perigos de que vos defendi durante o dia, pois sou como mãe que vigia o seu filhinho, afasta qualquer inseto que nele queira pousar e se lança na frente de alguém que o queira roubar. Assim vos vigio, Meus filhos, e com solicitude especial, aqueles que se Me entregam, que aceitam as Minhas palavras e Me dizem “sim”. Não tenhais medo. De qualquer forma teríeis de sofrer. Faz parte da vossa condição de seres humanos. Todos sofrem na Terra. Também sofri quando aqui vivi e podeis ter a certeza de que foi muito mais do que vós, mas como Me entregava à Vontade de Deus para o que Ele quisesse, a Sua graça fortalecia-Me. Abro-vos os Meus braços. Só precisais de vos lançar neles, para que vos erga, vos mergulhe no banho da graça. O caminho nos Meus braços é um caminho mais fácil do que aquele que podereis fazer pelo vosso pé, a tremer de medo. Vamos! Os Meus filhos não têm medo! Eu torno-os fortes e valentes. Avançai para Mim, para avançardes Comigo para a batalha em que triunfaremos juntos.
«Rezem o terço todos os dias para alcançarem a paz para o mundo e o fim da guerra»
Apareci em Fátima com o terço nas mãos. Levava-o Comigo para vos mostrar quanto o prezo, quanto o abençoo. Porque Eu terei de abençoar, certamente, aquilo que transporto Comigo. Ao meu contacto, qualquer objeto fica abençoado. Mas Eu não apareci em Fátima com qualquer objeto nas Minhas mãos. Apareci com o terço. Este é o objeto que Eu abençoo especialmente. Meus filhos, quantos de vós trazeis o terço convosco? Quantos de vós o trazeis nas vossas mãos, no vosso corpo? Tendes atualmente tantas formas de usar o terço convosco! E vós, trazei-lo? Sabei, Meus filhos, que o terço é um objeto que vos protege de muitos perigos, não sabeis quantos, além de o seu uso tornar mais fácil para vós a sua recitação, trazê-lo à memória com mais frequência e facilitar-vos a contagem. E quantos de vós, Meus filhos, nem um terço têm! Quantos de vós sabem que têm um em algum lugar, mas não sabem bem onde. Quantos de vós sabem onde têm o terço, mas nunca ou quase nunca o rezam! Pergunto-vos: Quantos de vós têm verdadeiro amor ao Meu terço? Quantos de vós mo rezam com desejo de Me agradar, de Me dizer palavras belas, palavras que só mães e filhos entendem? E, no entanto, ouvis o Meu pedido bem claro: Rezem o terço todos os dias. E vós, rezais? Vós, os que rezais, como o fazeis?
Ai, Meus filhos, vejo-vos tantas vezes rezá-lo à pressa a pensar noutra coisa! Quantas vezes o rezais só para “não deixardes de o rezar”. É uma fidelidade que vos agradeço, mas não o façais farisaicamente. Não fiqueis presos à obrigação pela obrigação, a uma recitação que vos maça, só porque prometestes rezá-lo. Volto a pedir-vos: Rezai o terço com amor. Nem sempre o podeis fazer com alegria, com satisfação espiritual, mas podeis sempre fazê-lo com amor, se não com amor sentido, pelo menos com amor de vontade, que é ainda o mais importante. Rezai o terço para Me agradar, para Me dar satisfação, mesmo que vós não sintais nenhuma, mesmo que as preocupações andem à vossa volta, mesmo que as distrações venham perturbar-vos. Procurai durante o terço repousar em Mim, como se estivésseis sentados nos Meus joelhos, e Eu prometo-vos pacificar as vossas inquietações. Lembrai-vos que prometi dar-vos paz. Pedi que rezásseis o terço para alcançar a paz e não falto às Minhas promessas.Pelo terço dar-vos-ei a paz, a paz nos vossos corações, a paz nas vossas famílias, no vosso ambiente social, no vosso país, no mundo. Para alcançardes a paz, todos deveis rezar o terço. Não basta mandardes rezar os vossos amigos, ou algumas pessoas que pensais rezarem melhor que vós. É bom que eles rezem, mas não é bastante, porque é necessário que vós também rezeis.
Por muito fraca que vos pareça a vossa oração, não a enfraqueçais ainda mais, deixando de a fazer. A vossa oração, mesmo fraca e imperfeita, é preciosa para Mim, e se não a fazeis ficará uma falha, uma lacuna, no muro protetor da paz. Vede agora, Meus filhos, quantas pessoas não rezam! Quantas falhas, quantas lacunas neste muro! É por essas brechas, tantas, tantas, que entra aquele que vos traz a desunião, que vos traz a mentira e a guerra. Todos os males de que vos queixais, vede-os agora à luz que projeto sobre eles. É tudo muro por construir, pela vossa falta de oração. Se há muitos que não rezam, vede a vossa responsabilidade. Deveis fazer a vossa obra e a deles, pois dela depende a paz e a felicidade de todos. Sois como pedreiros que fizessem serões para erguer a proteção, porque os seus companheiros não cumprem com o seu dever. Mas eles veem que, se não o fazem, deixarão entrar os inimigos à vontade. Deitam as mãos ao trabalho porque é preciso trabalhar rapidamente, pois o tempo urge, e nem sabem se ainda chegará. Nem têm tempo para pensar de quem é essa obrigação.
De facto, Meus filhos, a oração é cada vez mais urgente, é obrigação de todos, e não há tempo para fazer cálculos, para ver se já a cumpristes na parte que vos compete. Pois, se assim foi, não pareis, e lançai mãos à parte que os vossos irmãos deixaram por fazer, porque por aí, vede, o vosso inimigo está entrando. Vede como entra!... Vede através das notícias de crimes, de brigas, de escândalos, de guerras, com todas as suas consequências.
Rezai, Meus filhos, rezai, que Eu vos sustentarei, não deixarei que caiais de cansaço. Rezai, porque o interesse é vosso. Rezai, Meus filhos! Sou vossa Mãe, e as mães nunca enganam. Escutai a Minha voz, filhos! Quero dar-vos a paz, quero que sejais felizes, mas depende muito de vós. Ouvi o Meu conselho, o conselho que hoje vos deixa o Meu Coração de Mãe: Rezai, rezai com amor, rezai o terço todos os dias.”