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COMO DEUS RESGATOU UMA OVELHA PERDIDA ATRAVÉS DA EUCARISTIA. (Testemunho)

 

Estou há um tempo pensando em como contar o milagre Eucarístico que vivi e achei que hoje, dia 7 setembro de 2025, quando o Santo Carlo Acutis foi canonizado seria o momento ideal, para isso preciso voltar ao início da minha conversão.

Sou filha de pai católico e mãe que viveu procurando Deus em várias religiões sem de fato encontrar. Embora meu pai fosse católico, sou filha do segundo casamento dele, o que o impedia de viver plenamente o catolicismo. Lembro de frequentar as missas de domingo quando criança algumas vezes mas apenas durante pequenos períodos, sem muita constância. Na idade de ser catequizada, estudava num colégio particular que ocupava uma parte de um educandário de freiras e por isso nos oferecia catequese. Com dez anos fiz minha primeira Eucaristia, e última, por muito tempo. Durante a adolescência tive acesso à literatura espírita e segui nessa doutrina após a morte da minha mãe aos catorze anos. Acho interessante esclarecer que embora não fosse católica, tinha valores morais e um amor incondicional à Virgem Santíssima; por essa razão quando fui prestar vestibular, fiz uma promessa, que se passasse na faculdade federal ficaria um ano sem cortar o cabelo e outra penitência associada. Ao final desse período eu cortaria o cabelo e levaria à sala dos milagres na Basílica de Aparecida. Como sempre, a Mãe Santíssima atendeu minhas preces e fui à Aparecida cumprir minha promessa. Lá confessei e tive minha segunda comunhão; depois disso não lembro de ter comungado novamente embora tenha frequentado algumas missas esporádicas com a minha avó, que era muito católica. Durante a faculdade conheci meu marido que era de família católica e que tinha estudado a vida toda no colégio São Bento, muito tradicional no Rio de Janeiro e de formação católica. Ainda assim não retornei ao catolicismo e nosso namoro seguiu até o casamento na igreja, mas apenas para agradar meu pai e seguir o protocolo. A cerimônia não teve missa e hoje tenho consciência de que não tinha ideia do que estava prometendo a Deus nesse sacramento tão banalizado atualmente. Começamos nossa família, batizei meus filhos, o mais velho foi catequizado, mais por uma questão social do que de fé, a caçula não quis e eu não insisti.

Após a pandemia comecei a me preocupar mais com a espiritualidade, como todos na verdade, e iniciamos o Evangelho no lar ainda dentro da doutrina espírita, até que, um dia, me deparei com uma moça rezando o terço nas redes sociais. Me espantei com o fato de ela ser tão jovem e bonita, já que o estereótipo de pessoas que rezam o terço era tão adverso... Isso prendeu a minha atenção e por curiosidade comecei a acompanhar a oração diariamente. Ela normalmente explicava o Evangelho do dia ou citava algum santo durante a oração do terço e descobri que não eram apenas Pai Nossos e Ave Marias, o terço era muito mais importante do que eu imaginava. Foi nesse contexto que nossa Mãe Santíssima realizou o segundo milagre na minha vida e prometi que rezaria o terço diariamente em agradecimento, como faço até hoje.

Como eu disse, comecei a aprender sobre os santos e fui apresentada à beata Anna Catarina Emmerich através do livro Santíssima Virgem Maria, que descreve por visões místicas toda vida de Nossa Senhora e Nosso Senhor Jesus Cristo. Seus relatos são emocionantes e ricos em detalhes, mas o que mais me marcou foi a descrição da instituição da Eucaristia por Jesus.Que presente Ele nos deu! Eu precisava voltar a comungar. Então procurei o pároco da minha cidade, me confessei, mas havia ainda um obstáculo... Isso foi em 2022.

Há cinco anos atrás, comecei a me sentir mal ao fazer minhas refeições, inicialmente sintomas gastrointestinais como estufamento, dores abdominais e, com o decorrer do tempo, sintomas de doença autoimune, como dores articulares principalmente nas mãos e pés, dores de cabeça constantes, intensas, muitas aftas e inflamação de mucosa principalmente boca e gengiva, até desenvolver uma grave alergia, que após vários exames foi constatado ser ao glúten, proteína do trigo. Minha sensibilidade era tanta que ao entrar em uma padaria meus olhos ficavam vermelhos, coçando e coriza. Com o tempo os sintomas iam se agravando e, ao comer algum alimento contaminado, ou seja, que apenas teve contato com o glúten, imediatamente minha boca ardia e desencadeava uma tosse intensa e duradoura com muita secreção e brocoespasmo, necessitando por vezes ir à emergência do hospital para tomar antialérgicos injetáveis e o que mais fosse necessário para conter a crise alérgica. Então como comungar, já que a hóstia é feita de trigo?

O pároco me explicou que eu poderia comungar o sangue de Cristo, que seria o vinho da comunhão, ou uma hóstia sem glúten, mas que não tínhamos na nossa paróquia. Como faríamos uma viagem à Fátima em Portugal em breve, deixei para procurar lá a hóstia sem glúten e me abstive da comunhão até lá.

Nesse período fui me aprofundando na fé católica, estudando, fiz a catequese de adultos com o padre Paulo Ricardo e comecei a seguir várias personalidades do mundo católico nas redes sociais a fim de adquirir conhecimento. Enfim, durante minha viagem a Fátima, recebi a comunhão com a hóstia sem glúten no santuário de Fátima. Foi um momento mágico e inesquecível, parecia que estava recebendo Jesus pela primeira vez... Acho que conscientemente realmente foi. Nós compramos um pacote de hóstias sem glúten e trouxemos para minha cidade, o que me permitiu participar das Missas regularmente até que o pároco conseguisse adquirir por conta própria para nossa paróquia.

Em 2023, o pároco me convidou para participar da coordenação do grupo de jovens Tau 04, convidei minha filha para participar e ela aceitou, no início ela frequentava sem ser realmente integrante pois precisava passar pelo retiro para poder participar. Ela ia para me agradar mas, aos poucos, o grupo foi conquistando o coração dela e um dia durante a missa ela me disse: "Mãe você acha que eu ainda poderia fazer a primeira comunhão?" Ela tinha 14 anos e achava que não poderia mais pois tinha passado o tempo...eu respondi: “Claro, minha filha, você não sabe o quanto Deus estava esperando por esse momento!” Organizamos tudo,  a preparei corretamente pois ela tinha iniciado mas não completado a catequese, e tive a graça de ver minha filha recebendo Jesus pela primeira vez,feliz, consciente do que estava fazendo e por escolha própria.

Em 2024, eu já tinha feito uma grande transformação na minha vida e cada vez mais devota e apaixonada pela fé católica. Mudei o rumo da minha vida profissional e abri uma loja de artigos religiosos católicos para estar mais perto do que eu amava e poder levar um pouco do amor a outras pessoas, foi a realização de um sonho. Não parei de estudar e tentar abrir meu coração para Deus mas ainda não tinha intimidade, Deus ainda estava muito distante, o que me sustentava era a Virgem Santíssima.

Conheci a Dra Filó nas redes sociais, uma grande evangelizadora, assisti várias palestras e o amor que ela falava de Jesus era contagiante. Lá em Fátima ouvi pela primeira vez que "Não podemos amar o que não conhecemos ",e percebi que realmente não conhecia Jesus. Sim já tinha lido o Evangelho, tinha estudado algumas parábolas mais difíceis de serem compreendidas, mas ainda não amava... Foi com o jeito simples da dra Filó que fui aos poucos criando um vínculo, no começo com muito respeito e formalidade até que, com as constantes visitas ao sacrário, fui descobrindo o amor e criando uma relação de confiança.

Durante todo esse tempo, Deus me presenteou com muitos sinais da Sua presença, acho que se prestarmos atenção,veremos que esses sinais são mais frequentes do que podemos imaginar. Quem tem olhos que veja...

Num dia, durante o trabalho, recebi uma ligação que meu pai de 84 anos tinha caído em casa. Meu coração congelou, imaginei o pior e no trajeto até a casa dele pedi à Jesus que me acompanhasse, imaginei Ele no meu barco como com os apóstolos durante a tempestade. Deu tudo certo, apenas um escorregão sem maiores consequências. Depois daquele dia, nunca mais tirei Ele do meu barco e essa passagem passou a ser a minha preferida da Bíblia.

Mas e o milagre Eucarístico? Então, depois desse dia passei a confiar, e a minha meta se tornou entregar o controle da minha vida para Ele. Parece fácil mas, para alguém que se habituou a ser o comandante do barco por tanto tempo, exigiu muita entrega.

No dia de São Francisco de Assis, tivemos uma missa especial de renovação de votos de um frei amigo muito querido e o grupo Tau 04 iria se apresentar. Precisei ficar em pé perto do altar organizando os jovens do grupo e, ao se aproximar o momento da comunhão, confesso que já estava ensaiando há muito tempo mas não tinha coragem pois, como disse anteriormente, minha alergia ao glúten era muito grave. Clamei por Jesus: Por favor permaneça no meu barco porque Contigo ao meu lado eu enfrento qualquer tempestade. Nesse momento, a ministra da Eucaristia se aproximou e eu não tive medo, recebi a comunhão e minha filha que estava ao meu lado arregalou os olhos preocupada pois já tinha me acompanhado várias vezes ao hospital por eu comer um alimento contaminado com glúten; e eu fiz sinal de que estava tudo bem mas chorava copiosamente pois tinha consciência do milagre que estava vivenciando.

Durante muito tempo eu chorei todas as vezes que recebi a Eucaristia, não é mais pão é o corpo de Cristo! Se as pessoas soubessem que é Cristo vivo que está no sacrário precisaria haver seguranças para conter a multidão, já dizia o Santo Padre Pio. Mas como aprendi com a dra Filó, Deus não faz milagre pela metade, então Ele me curou da minha alergia ao glúten e hoje posso comer normalmente. Louvado seja nosso Senhor Jesus Cristo!

Hoje a Igreja ganhou dois novos santos que amavam Jesus Eucarístico, tinham na comunhão diária a sua força para permanecer no caminho da santidade, que esse testemunho e o exemplo deles sirvam para mostrar o tesouro que nos espera nos sacrários. (07-09-2025)


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