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‘...HAVERÁ PESTES...’ (Mt 24,7) "Peste marciana"? Trazer amostras para a Terra poderia causar uma pandemia devastadora, alertam os cientistas

Aleksandra Serebriakova - Sputnik
Sex, 30 Abr 2021

Enquanto o Perseverance rover está rolando sobre o Planeta Vermelho, estudando sua geologia e fazendo selfies ornamentais com a ajuda do helicóptero Ingenuity, os pesquisadores estão ansiosos para receber e investigar as primeiras amostras de solo marciano nos próximos anos. Trazer pedras da superfície marciana para a Terra não parece muito emocionante para um pequeno grupo de entusiastas do Comitê Internacional contra o Retorno de Amostras de Marte (ICAMSR), que alertam sobre os riscos incríveis que estas amostras de vida podem representar para nosso planeta natal, incluindo uma imensa "peste marciana". Marte %u2013 Helicóptero IngenuityMarte %u2013 Helicóptero Ingenuity

A Administração Nacional do Espaço e da Aeronáutica (NASA) e a Agência Espacial Européia (ESA) estão trabalhando juntas na Campanha de Retorno de Amostras de Marte em um esforço para trazer pedras preciosas e solo para a Terra para testes detalhados. Eles planejam lançar uma sonda em 2026 para recolher amostras coletadas pelo rover Perseverance que pousou no planeta Vermelho em fevereiro. Assim, os solos marcianos - incluindo alguns microorganismos que potencialmente os habitam - podem acabar em nosso planeta na próxima década.

De acordo com a NASA, "retornar com amostras primitivas de Marte à Terra tem sido um objetivo para gerações de cientistas planetários".

O Dr. Gilbert Levin não está muito entusiasmado com isso. O engenheiro, que foi quem investigou o programa Viking da NASA, que funcionou de 1975 a 1983, disse ao Daily Star que há uma "chance real" de o Planeta Vermelho ser habitado por formas de vida que vazariam para a Terra, causando potencialmente uma nova e devastadora pandemia da qual não temos nenhuma defesa.  "Temo que, mesmo que um recipiente seguro de retorno da amostra de Marte pudesse ser feito e trazido à Terra, há uma boa probabilidade de que parte da amostra escaparia do laboratório 'seguro' onde o recipiente seria aberto", diz Levin.

Os cientistas do ICAMSR expressam uma advertência semelhante, citando o lendário astrônomo Carl Sagan, que alertou sobre as consequências da coleta de amostras em seu livro de 1973:  "Precisamente porque Marte é um ambiente de grande potencial interesse biológico, é possível que em Marte existam patógenos, organismos que, se transportados para o ambiente terrestre, podem causar enormes danos biológicos... uma praga marciana".

O Diretor do ICAMSR Barry DiGregorio sugere que uma das alternativas seria levar as amostras coletadas para a Lua, onde quaisquer microorganismos poderiam ser identificados e colocados isoladamente, em uma estação espacial chamada Lunar Gateway. As amostras poderiam assim ser estudadas lá para garantir que nenhuma infecção seja liberada para os terráqueos sem imunidade às pragas marcianas.  "Esta é a única maneira de garantir 100% de proteção da biosfera da Terra", sustenta DiGregorio.

A ESA concorda que não há necessidade imediata de trazer as amostras para os laboratórios terrestres imediatamente:  "Deixar as amostras orbitais em uma órbita estável de Marte é uma das várias alternativas estratégicas possíveis depois que as amostras são lançadas da superfície marciana", disse a agência em um de seus recentes relatórios.

Mas no final, apenas os laboratórios na Terra possuem o equipamento sofisticado para realizar todos os testes necessários que permitiriam tirar conclusões sobre a geologia e a história de Marte - o objetivo da missão Mars 2020, em primeiro lugar.

"Esperamos que amostras de Marte forneçam novos conhecimentos durante décadas, pois as estudamos com ferramentas laboratoriais de última geração que não poderíamos levar a Marte neste momento", conclui a diretora de ciência planetária da NASA, Lori Glaze.

 

Fonte: https://www.sott.net/article/452152-Martian-plague-Bringing-samples-to-Earth-could-cause-devastating-pandemic-scientists-warn

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