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O Endemoninhado Gadareno e a Batalha Espiritual

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A história do endemoninhado Gadareno revela que por detrás deste mundo visível, físico e palpável, há uma outra realidade, a espiritual, onde ocorre uma verdadeira batalha. Ainda que não consigamos vê-la com nossos olhos materiais, Jesus traz à luz da revelação, que existe um sistema de forças invisíveis e organizadas, cuja intenção é totalmente maléfica. Estes agentes do mal, que um dia foram expulsos das habitações celestiais, sabem da tamanha importância que o homem possui para Deus. Eles conhecem o quanto Deus ama a humanidade. E como não podem atingir a Deus diretamente, tentam atingi-lo em seus filhos, trabalhando incansavelmente para trazer conflitos, guerras, fomes, e todo tipo de desgraças aos seres humanos, a quem o Pai tanto ama.

Para entendermos melhor esta batalha espiritual na vida do gadareno, vamos ver um pouquinho sobre a sua vida, como era a cidade em que morava e o que pode ter ocorrido, para que ficasse tão miseravelmente oprimido pelas legiões do mal.

A cidade de Gadara e a Decápolis

Gadara estava localizada em uma região chamada de Transjordânia. A Transjordânia era montanhosa, com muitos bosques e ficava a leste do rio Jordão. Originalmente, era habitada por povos de origem aramaica, mas foi logo colonizada pelo elemento grego, instalando-se fortemente o helenismo na região. 

As cidades helênicas passaram a se unir em torno de uma liga, chamada nos tempos de Jesus de Decápolis, que constituíam uma espécie de confederação de dez cidades, com uma certa autonomia em volta de seu território. As mais célebres destas cidades eram: Damasco, Hipos, Tiberíades, Gadara, Gerasa, Pella e Filadélfia. E a Transjordânia e a Decápolis, ficavam no meio do caminho que levava do Egito à Assíria, dois grandes reinos da época. De forma que quando estes domínios estavam em mãos de governos opostos, tendiam à guerra e as cidades que estavam entre eles eram logo as primeiras a sofrer com as misérias da guerra.

O ódio alimentado por ressentimentos, o caos, a profunda depressão e as marcas a “ferro quente” impressas na alma dos pobres cidadãos, os que mais sofrem em conflitos, faziam do coração humano, na cidade de Gadara, um terreno fértil para o domínio e a possessão do maligno.

O endemoninhado Gadareno

E o Gadareno, certamente, em seus conflitos interiores, na sua não compreensão do sofrimento, não conseguiu perdoar. Ele nutria em si mesmo o desejo de vingança odioso, contra um sistema de dominação, que passava de rei a rei, de imperador a imperador, em uma cidade tantas vezes destruída e dominada. Só que o ódio e a vingança desenfreados abrem portas que o mal se alimenta e usa, para possuir e subjugar a vontade humana, roubando-lhes a liberdade, trazendo-os cativos, fazendo os homens de escravos sob o seu mau e terrível intento.

“E chegaram ao outro lado do mar, à província dos gadarenos. E, saindo ele do barco, lhe saiu logo ao seu encontro, dos sepulcros, um homem com espírito imundo;” Marcos 5:1-2

“Porque, tendo sido muitas vezes preso com grilhões e cadeias, as cadeias foram por ele feitas em pedaços, e os grilhões em migalhas, e ninguém o podia amansar.” Marcos 5:4

O encontro de Jesus e o Gadareno

E Jesus se depara com o Gadareno. Jesus, ele mesmo que havia criado o homem à sua imagem e semelhança, o criou perfeito. O homem pois no princípio, possuía um alto nível moral, andava em santidade, em perfeita comunhão com Deus. E o criador tratava o ser humano de forma honrosa, vinha toda tarde para conversar com Adão, elevando ainda mais o seu status na terra.

Mas agora, opostamente à vontade do criador, estava o Gadareno. Possesso pelas mais baixas castas malignas, levado à uma situação de completa miséria. Sua vontade era dobrada pelas forças do mal que dominavam o seu intelecto, e o faziam de vaso para desonra. O mal degradava a sua moral e o seu corpo. O Gadareno era a pura expressão do ódio incompreensível que aqueles espíritos malignos nutriam contra Deus e toda a sua criação.

Faziam com que ele andasse loucamente pelos sepulcros, e que ferisse a si mesmo, numa tentativa de humilhar, rebaixar, desonrar e destruir a imagem de Deus, na coroa da criação divina.

“E andava sempre, de dia e de noite, clamando pelos montes, e pelos sepulcros, e ferindo-se com pedras.” Marcos 5:5

De forma que o endemoninhado Gadareno, já não possuía mais nada de si mesmo, mas passava a refletir o caráter dos próprios demônios que o atormentavam. Jesus pois, já havia denunciado a verdadeira intenção das forças do mal.

“O ladrão não vem senão a roubar, a matar, e a destruir; eu vim para que tenham vida, e a tenham com abundância.” João 10:10

E Jesus contempla o estado deprimente em que se encontrava o Gadareno. Que contraste com quando Ele formou o homem! Não foi para uma vida miseravelmente oprimida pelo mal que o Pai havia feito o ser humano! Deus nunca quis tamanho sofrimento. Mas Jesus era aquele que viria para resgatar o homem das mãos de satanás. O Mestre veio para o bom combate, para restaurar a imagem de Deus, a moralidade do ser humano e transformá-lo em um vaso de honra.

“Para isto o Filho de Deus se manifestou: para desfazer as obras do diabo.” (1 João 3:8)

Jesus era aquele que viria para destronar a satanás e esmagar a cabeça da serpente:

“E porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua semente e a sua semente; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar.” Gênesis 3:15

A batalha espiritual do Gadareno

E nesta batalha espiritual, os demônios não podem resistir a mera aproximação de Jesus, eles se prostram diante dele. Aquele que vivia como um animal feroz, uivando pelas montanhas, escondido pelos sepulcros, quebrando correntes, ameaçando de morte qualquer um que dele se aproximasse, cai de joelhos ao chão, pela simples presença de Jesus, presença santa.

“E, quando viu Jesus ao longe, correu e adorou-o.” (Marcos 5:6)

O mal não consegue resistir à presença do Mestre. Eles sabem e reconhecem que Ele é o poderoso Elohim, o Filho do Altíssimo. E a legião maligna, roga que Jesus não a atormentasse, e que não a mandasse para fora daquela região.

“E, clamando com grande voz, disse: Que tenho eu contigo, Jesus, Filho do Deus Altíssimo? conjuro-te por Deus que não me atormentes. (Porque lhe dizia: Sai deste homem, espírito imundo.)” (Marcos 5:7-8)

O Mestre pergunta-lhes o nome. Ao que dão uma resposta que mostra o quanto eles estavam se alimentando do ódio, dos conflitos psicológicos e das más obras praticadas pelo povo daquelas cidades. Chegando ao ponto de se identificarem com as circunstâncias sócio-politico-econômicas da época, afirmando que eram uma “legião”, nome dado às milícias romanas compostas de cinco mil a seis mil homens.

“E perguntou-lhe: Qual é o teu nome? E lhe respondeu, dizendo: Legião é o meu nome, porque somos muitos. E rogava-lhe muito que os não enviasse para fora daquela província. ” (Marcos 5:9-10)

Jesus liberta o Gadareno

Apesar de serem muitos, aquela casta diabólica ficou impotente diante da presença de Jesus que com apenas uma palavra os expulsa e acaba com o cativeiro em que o Gadareno há muito tempo era aprisionado. O desejo dos espíritos malignos de habitar os porcos, animais imundos, ilustra o caráter corrompido desses seres do mal, que intencionam rebaixar o ser humano ao mesmo nível asqueroso de sujidade física e moral. E por fim os levarão à uma morte sufocada, submersos em pecados, sem o poder respirar o “ar do Espírito Santo”.

“E andava ali pastando no monte uma grande manada de porcos. E todos aqueles demônios lhe rogaram, dizendo: Manda-nos para aqueles porcos, para que entremos neles.” (Marcos 5:11-12)

“E Jesus logo lho permitiu. E, saindo aqueles espíritos imundos, entraram nos porcos; e a manada se precipitou por um despenhadeiro no mar (eram quase dois mil), e afogaram-se no mar.” Marcos 5:13

E quando os moradores de Gadara espantados com a notícia, se aproximam do local onde Jesus estava, encontraram o que andava nu, em um estado constante de loucura, só que agora vestido. Ele estava calmo, sentado tranquilamente juntamente com seu Libertador, como um discípulo aos pés de seu Mestre, em plena posse de suas faculdades mentais.

“E os que apascentavam os porcos fugiram, e o anunciaram na cidade e nos campos; e saíram muitos a ver o que era aquilo que tinha acontecido. E foram ter com Jesus, e viram o endemoninhado, o que tivera a legião, assentado, vestido e em perfeito juízo, e temeram.” (Marcos 5:14-15)

Mas eles preferem o comodismo econômico, ao invés de glorificarem a Deus pela libertação do Gadareno, pedem a Jesus que se retire de sua cidade, pois se ressentem da perda de dois mil porcos. 

O que são dois mil porcos diante do valor de uma Alma?

“E começaram a rogar-lhe que saísse dos seus termos.” (Marcos 5:17)

A falta de amor ao próximo fica muito evidente naquela cidade, razão pela qual a casta maligna não queria ser expulsa para outro país. Pois assim como foi ordenado à serpente que ela comeria do pó da terra, assim os maus espíritos se alimentam também do pó que a humanidade levanta em sua caminhada por este mundo, a saber, seus sentimentos pecaminosos, suas más obras e seu caráter maléfico.

Assim, a libertação de Jesus, parte do princípio da regeneração do coração. Não permita que no seu tesouro, do seu coração, habite sentimentos mesquinhos, nem amor em demasia aos bens perecíveis deste mundo.

Mas guarda o teu coração do mal, cultive o amor, a paz e o perdão. E creia, entregue o seu coração a Jesus, convide-o a habitar em você, pois onde Jesus está presente nenhum mal poderá subsistir.

Sobre tudo que deves guardar, guarda o teu coração!

“O homem bom tira boas coisas do bom tesouro do seu coração, e o homem mau do mau tesouro tira coisas más.” (Mateus 12:35)

 

Fonte: https://rudecruz.com/milagres/o-endemoninhado-gadareno/

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Quinta-feira, 18 de Abril de 2024










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