23 de julho de 1943

Jesus diz:

"Quando chegar a hora, muitas estrelas serão destruídas pelas espirais de Satanás, que, para vencer, precisa diminuir as luzes das almas.

Isso pode acontecer porque, não só os leigos, mas também os eclesiásticos perderam e estão perdendo cada vez mais a firmeza da fé, a caridade, a força, a pureza, o desapego das seduções do mundo, necessários para permanecer na órbita da luz de Deus.

Compreendes quem são as estrelas de que falo? São aqueles que eu defini como sal da terra e luz do mundo: meus ministros.

O esmero da aguda malícia de Satanás é apagar, extinguindo esses luminares, que são luzes que refletem minha Luz para as multidões. Se, apesar de tanta luz que ainda emana da Igreja sacerdotal, as almas estão se afundando nas trevas cada vez mais, pode-se intuir como serão as trevas que esmagarão as multidões quando muitas estrelas se apagarem em Meu Céu.

Satanás sabe disso e semeia suas sementes para preparar a fraqueza do sacerdócio, a fim de poder facilmente envolvê-lo em pecados, não tanto de sentido quanto de pensamento. No caos mental, para ele será fácil provocar o caos espiritual. No caos espiritual, os fracos, diante do dilúvio das perseguições, cometerão o pecado da vileza, renegando a fé.

A Igreja não morrerá porque Eu estarei com ela. Mas ela conhecerá horas de trevas e horror semelhantes às de Minha Paixão, multiplicadas no tempo porque assim deve ser.

Deve ser que a Igreja sofra como seu Criador sofreu, antes de morrer para ressuscitar na forma eterna. Deve ser que a Igreja sofra por muito mais tempo porque a Igreja não é, em seus membros, perfeita como seu Criador, e se Eu sofri horas, ela deve sofrer semanas e semanas de horas.

Assim como ela surgiu perseguida e alimentada pelo poder sobrenatural nos primeiros tempos e em seus melhores filhos, o mesmo ocorrerá com ela quando chegarem os últimos tempos nos quais subsistirá, resistirá à maré satânica e às batalhas do Anticristo com seus melhores filhos. Uma seleção dolorosa, porém justa.

É lógico que em um mundo em que tantas luzes espirituais terão morrido, se instaure, abertamente, o breve, mas tremendo reinado do Anticristo, gerado por Satanás, assim como Cristo foi gerado pelo Pai.

Cristo, filho do Pai, gerado pelo Amor com a Pureza. O Anticristo, filho de Satanás, gerado pelo Ódio com a tríplice Impureza.

Como azeitonas entre as rodas do moinho, os filhos de Cristo serão perseguidos, espremidos, triturados pela Besta voraz. Mas não serão engolidos, porque o Sangue não permitirá que eles sejam corrompidos no espírito. Como os primeiros, os últimos serão colhidos como punhados de espigas de milho na perseguição extrema, e a terra beberá seu sangue. Mas bem-aventurados para sempre por sua perseverança são aqueles que morrem fiéis ao Senhor.”

Você havia me dito que, para entender João era preciso ler suas epístolas e o Apocalipse. Peguei a Bíblia e abri aleatoriamente onde estão os escritos do Predileto. Abri no  capítulo 12. O Mestre me explicou assim.

Me dei conta de que, já faz alguns dias, Jesus disse uma frase semelhante ao comentário sobre a maternidade espiritual de Maria, que quer se ver simbolizada na mulher vestida de sol. Mas hoje Jesus não está falando sobre isso, sobre Maria. Ele está falando sobre a condição da Igreja militante nos últimos tempos. Lerei atentamente o Apocalipse esperando em Jesus, para que Ele me dê a luz para entendê-lo.

Cadernos de Valtorta 1943

 Visto em: https://religionlavozlibre.blogspot.com/2023/12/jesus-explica-el-cap-12-del-apocalipsis.html