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28 de Junho - IMACULADO CORAÇÃO DE MARIA

A devoção ao Imaculado Coração de Maria, na piedade contemporânea, foi incentivada por vários papas, sobretudo por Pio XII, que, a 31 de outubro de 1942, "consagrou" o mundo inteiro ao seu Imaculado Coração.
A devoção ao Imaculado Coração de Maria é análoga à do Sagrado Coração de Jesus. Consiste na veneração ao seu coração carnal unido à pessoa dela, como símbolo do amor, especialmente o seu amor para com o divino Filho, suas virtudes e sua vida interior. Nos inícios, a devoção foi incentivada de modo considerável por São João Eudes, no século XVII, promotor também da devoção ao Sagrado Coração de Jesus. O papa Pio VII deu a permissão para a festa do Puríssimo Coração de Maria, em 1805. Pio XII, em 1944, determinou que fosse celebrada a festa do Imaculado Coração de Maria em toda a Igreja do Ocidente, no dia 22 de agosto, oitavo dia da Assunção.
A atual celebração convida-nos a meditar sobre o mistério de Cristo e da Virgem em sua interioridade e profundidade. Maria, que guarda os fatos e as palavras do Senhor meditando-os em seu coração (cf. Lc 2,19), é morada do Espírito Santo, sede da sabedoria (cf. Le 1,35), imagem e modelo da Igreja, que escuta e testemunha a mensagem do Senhor (cf. Lc 11,28).
O Coração de Maria é o refúgio dos pecadores.
Deus quis muito particularmente fazer de Maria a esperança e a salvação dos pecadores. Os Padres da Igreja não se calam sobre este privilégio de Maria.
A Idade Média, muito ávida de símbolos, comparou Maria ao astro da noite, porque ilumina o pecador, que caminha na noite dos seus pecados. «O sol, criado para brilhar durante o dia, é - diz o cardeal Hugo - a figura de Jesus, cuja luz alegra os justos que vivem no grande dia da graça divina; a lua, criada para luzir durante a noite, é a figura de Maria, cuja luz ilumina ainda os pecadores, mergulhados na noite do pecado». – «Se alguém - diz Inocente III - se encontra miseravelmente empenhado na noite do pecado, que levante os olhos para o astro do noite, que invoque Maria!».
«A divina misericórdia - diz o P. Eudes - reina tão perfeitamente no Coração de Maria, que lhe faz levar o nome de Rainha e de Mãe de misericórdia. Ganhou, de tal modo, o coração da divina misericórdia, que lhe deu as chaves de todos os seus tesouros, e tornou-a absolutamente senhora». Recusará ela o seu concurso aos pecadores, ela que durante a sua vida ofereceu o seu divino Filho por eles, no Templo e no Calvário?
O Coração de Maria, saúde dos enfermos.
Maria é só bondade, assim pode tudo esperar-se da generosidade do seu Coração, a cura dos corpos como a das almas. Muitas vezes mesmo os seus benefícios revestem o brilho de um milagre, como acontece em Lourdes e em tantos outros santuários.
«Maria - diz S. Bernardo - é como a terra prometida, onde Deus faz correr o leite e o mel das suas bênçãos (sobre a Salve Regina).
«Tais são - diz S. Leão - os tesouros de bondade e de clemência depostos no seio de Maria, que nós devemos proclamá-la não somente misericordiosa, mas a misericórdia mesma».
«Quando vos contemplo - diz S. Boaventura - ó minha Soberana, de nada mais me apercebo senão da misericórdia; porque é em favor dos miseráveis que Deus vos escolheu para sua Mãe, e foi o ofício da sua misericórdia que ele vos confiou. Sem cessar ocupada dos infelizes, apareceis-me como envolvida de misericórdia e pareceis não ter a peito senão exercer misericórdia».
Toda a história publica a misericórdia de Maria. Invocam-na na doença, no sofrimento, na provação, e os ex-votos dos nossos santuários dizem quanto ela é sempre pronta a ajudar.
«Maria - diz S. João Crisóstomo - é um oceano de misericórdia.
O Coração de Maria é a esperança de todos os aflitos.
A divina Providência tinha reservado este papel a Maria. Era figurada por Ester e Judite que salvaram o povo de Deus.
Por toda a parte os fiéis, confiantes e reconhecidos, ergueram-lhe santuários sob os títulos graciosos de Nossa Senhora do Bom Socorro, Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, Maria Auxiliadora, Maria Consoladora dos aflitos.
Preludiou na sua vida mortal a este ministério de misericórdia, correndo para assistir a sua prima Isabel, indo em ajuda dos esposos de Caná, assumindo o encargo de dar a S. João, depois da morte do Salvador, os seus cuidados maternais.
Em Caná, é a protetora das famílias. Adotando S. João, toda a tutela e o cuidado do sacerdócio e da Igreja, representados por S. João ao pé da cruz.
É então surpreendente, depois disto, ver por toda a parte os particulares e as nações reclamarem o seu patrocínio, recorrer à sua assistência, apelar ao seu coração de Mãe e testemunhar-lhe através de monumentos e de oferendas de todo o gênero o seu reconhecimento pelos benefícios recebidos?
A Igreja canta em sua honra este hino de confiança: «Salve, ó Rainha, Mãe de misericórdia, nossa vida, nossa doçura e nossa esperança?».
Os Doutores e os Santos procuram as expressões mais fortes para dizerem quanto o seu Coração é prestável: «Ela é, diz S. João Damasceno, o único alívio de todos os aflitos e a soberana consoladora de todos os corações angustiados».
Ó Virgem bendita, socorro dos cristãos, protegei-nos, protegei as nossas famílias, protegei as nações cristãs nestes tempos difíceis que atravessamos. Ó Mãe do meu Deus, o vosso Coração nunca desdenhou socorrer nenhum pecador, por enormes que fossem os seus crimes, desde que tenha sido recomendado a vós. Deixai-vos, portanto, levar a socorrer-me pela vossa bondade que é sem medida. Farei cada dia alguma coisa por vosso culto.
Fontes:
https://pocketterco.com.br/santo/imaculado-coracao-de-maria
https://www.dehonianos.org/portal/festa-do-sagrado-coracao-de-maria0/