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‘O diabo, vosso adversário, anda em derredor, como leão que ruge procurando alguém para devorar’. (1 Pedro 5,8)


PACTO COM O DEMÔNIO – Por que o homem entrega sua alma ao diabo?

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As histórias de pactos entre humanos e as forças do Mal são tão comuns no passado longínquo como hoje em dia. A forma de se realizar esses ‘contratos’ que envolvem nossa alma imortal certamente mudou com o tempo, mas a figura do demônio continua sendo muito atraente para algumas pessoas.

Na maioria das histórias populares sobre pessoas que fizeram o famoso pacto com o demônio, os humanos sempre se dão mal. Com exceção de alguns pequenos contos, mais humorísticos do que outra coisa, o Mal sempre leva a vantagem, seja escrevendo aquelas letras miúdas num contrato, seja não contando toda a verdade a respeito de como ele vai ‘cumprir’ o pacto. E, mesmo quando nada disso exista, a pessoa já sabe que, ao final do contrato, ela vai ter que pagar entregando sua alma imortal e passando a eternidade em sofrimento. De uma forma ou de outra, o final da história é sempre desfavorável aos mais fracos: nós.

Então, por que essas histórias - e as tentativas reais de se pactuar com o Mal - atraem tanto a humanidade ao longo do tempo? Para algumas pessoas, pode ser devido à facilidade de se obter agora, já, uma felicidade que as forças do Bem geralmente prometem para um futuro etéreo, distante, pós-morte e, portanto, invisível e mais difícil de ser visualizado.

Até onde se sabe, as tentativas de se comunicar e conhecer o mundo invisível, ou espiritual, datam do início da humanidade. O homem primitivo já procurava, de forma intuitiva, obter o conhecimento de forças que se encontravam além da sua compreensão e identificação imediata. Pode-se chamar de forças espirituais, sobrenaturais, divinas, demoníacas; o que se quiser. Para escapar da decadência da idade, das doenças, das incertezas do destino, para superar as limitações físicas e mentais e garantir sua sobrevivência no dia-a-dia, os primeiros seres humanos buscavam favores das ‘divindades’ utilizando sacrifícios e rituais que invocavam as forças invisíveis que porventura estivessem agindo em cada caso.

No reinado de Luís XIV, vários nobres participaram de rituais de sangue, com assassinato de centenas de crianças. Mas não era uma adoração unicamente inocente. Já se acreditava na existência de uma força benigna e de outra maligna, esta última agindo nas sombras e capaz de prejudicar as pessoas.

Com o surgimento das primeiras sociedades organizadas, as prioridades mudaram. O que era apenas uma questão de sobrevivência passou a abrigar outros pensamentos e desejos, como o de obter poder e de se sobressair nos clãs. Assim, a tentativa de contato com as forças espirituais ganhou novos contornos: o Mal deixou de ser necessariamente um inimigo, e se tornou um eventual aliado poderoso.

Essa crença do homem na existência do Mal está presente em todas as eras da humanidade. No Egito antigo e na Mesopotâmia, surgiram hordas de gênios e de forças demoníacas; elas faziam parte de todas as atividades diárias e prejudicavam o homem fazendo-o adoecer e trazendo a infelicidade para sua vida.

No entanto, foi apenas na Pérsia, com o Zoroastrismo (considerado como a primeira manifestação de um monoteísmo ético), que o Mal se personificou e ganhou um nome e uma face: Angra-Manyu, que se contrapunha à face do Bem, Ahura-Mazda. E, de acordo com os livros do Zoroastrismo, ambos iriam lutar até o fim dos tempos pela supremacia cósmica.

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Na Bíblia, temos a menção de uma força maligna personificada no anjo Lúcifer (Lúcifer = ‘estrela da manhã’, ‘filho da alva’ ou ‘o que brilha’, ‘o que traz luz’), que depois se torna Satanás (o adversário, o acusador). Segundo os estudos bíblicos, sua queda foi resultado de seu orgulho, que o levou a se rebelar contra Deus (conforme Isaías 14, 12-14; Ezequiel 28, 12-15). Também caíram os anjos que o apoiaram, formando assim as hostes demoníacas.

Satanás luta contra Deus atacando a humanidade, que é obra divina feita à imagem e semelhança de Deus e que tem a promessa da vida eterna no paraíso ao lado do Criador. O Mal é identificado e suas ações são combatidas numa luta contínua, que terá fim quando for cumprido o que está predito no Apocalipse.

No Gênesis, Adão e Eva foram tentados e expulsos do Paraíso pelas ações de Satanás. Ele foi a força que instigou a queda, a inveja, o medo, a infelicidade, um Adversário dedicado a sobrepujar o homem e, em última instância, destruí-lo. Mas na visão judaico cristã, existe a garantia de que, no fim dos tempos, o Mal será sobrepujado pelo Poder de Deus, e o homem que for fiel a Deus terá a vida eterna no paraíso.  

Na Idade Média, o demônio estava em todos os lugares; sua presença era sentida debaixo de cada pedra, em cada sombra. Os monges cristãos, principalmente os anacoretas do deserto, relatavam encontros com tais entidades. Surgiam descrições detalhadas das hordas demoníacas e de suas atribuições. O cristianismo se expandia pela Europa e entrava em choque com as crenças pagãs locais, em alguns casos, crenças milenares.

Tudo o que não podia ser transformado em culto e objeto cristão era creditado ao demônio. As bruxas eram consideradas servas das forças malignas. Não importava se curavam doentes ou se ajudavam na fertilidade das plantações, pois este ‘poder’ lhes tinha sido dado por Satanás, o enganador; portanto todas eram perseguidas,  sofriam torturas e sua morte geralmente era na fogueira.

Os deuses pagãos europeus ganharam espaço ao lado dos anjos caídos nos exércitos demoníacos. A Igreja usou a figura do deus Cernunnos - figura clássica do Deus Cornudo - como representação básica do demônio. Satanás já não era um anjo belo, depois de sua queda, mas sim, um ser zoomórfico, um bode que mesclava a aparência bestial com a humana.

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O homem da Idade Média temia o demônio, mas reconhecia nele o poder e chegava a lhe pedir favores, ainda que sempre temendo ser descoberto pelos padres e submetido ao julgamento da Igreja. Contudo, sua vida diária era atribulada, cheia de inseguranças, medo e dor. A fome e as doenças atingiram níveis assustadores; as guerras eram constantes e a falta de esperança no futuro era generalizada. Os feudos lutavam entre si e a população assumia os riscos e o peso de sustentar guerras que duravam gerações. Como os antigos deuses faziam parte das hostes demoníacas, os camponeses não podiam recorrer a eles para lhes garantir a colheita e escapar do universo opressivo em que viviam. Com isso, surgiram condições para se desenvolver uma nova forma de bruxaria e de culto, que invocava as forças do diabo e de suas hostes para extravasar suas frustrações, ter prazeres que lhes eram negados e escapar das opressões.

Enquanto no sabbat da bruxaria tradicional as celebrações tinham como objeto a Deusa e uma estrutura ritualística matriarcal ligada à adoração dos deuses da natureza e da terra sem menção ao inferno ou ao pecado e à danação eterna - nos cultos ao diabo era clara a oposição à Igreja.

Havia uma negação das verdades cristãs, um rompimento com os dogmas religiosos e uma aceitação da via demoníaca como forma de conquistar as metas e objetivos, fossem individuais ou coletivos. O batismo cristão era renegado, os envolvidos no culto ganhavam um batismo em nome do Diabo, e uma marca do seu compromisso.

Durante o Sabbat satânico, em meio a comidas e danças, consumia-se grande quantidade de bebidas, o que fazia aflorar desejos reprimidos, embalados por ritmos crescentes. Geralmente, terminavam em orgias que culminavam com missas oficiadas de forma a serem paródias dos cultos católicos.

Na alta Idade Média (do século 5 ao século 10), a figura do diabo, os cultos e as liturgias - já muito distantes dos sabbats tradicionais das bruxas - atingiram seu auge, com grande número de pessoas participando ativamente. Com a notoriedade dos rituais, a Igreja Católica intensificou os tribunais inquisitórios.

Já na baixa Idade Média (do século 10 ao século 15), as perseguições religiosas levaram essas práticas a quase desaparecem. Mas o comércio, que estava em decadência no período anterior, ressurge, e as trocas comerciais estimulam o intercâmbio entre o Oriente e a Europa. Um grande fluxo de estudiosos, magistas e alquimistas transitam pelos feudos e reinos. Surgem os grimórios – livros medievais de feitiços, rituais e encantamentos mágicos invariavelmente atribuídos a fontes clássicas hebraicas ou egípcias - e as práticas satânicas sobrevivem nos porões dos castelos.

No reinado de Luís XIV (1638-1715), os salões da nobreza se tornaram palco de eventos que figuraram entre os mais hediondos da história da França. Embora existisse a proibição dos rituais, as autoridades fingiam não ver. Vários nobres - entre os quais a principal amante do rei - cometiam atos hediondos, como o assassinato de centenas de crianças em rituais de magia, usando seu sangue nas missas e rituais diabólicos; heresias contra símbolos católicos e o envenenamento de rivais, fosse por meio de pós, unguentos ou pelo uso de feitiços malignos.

Durante as missas negras, o sacrifício de crianças, as orgias e assassinatos eram a regra. Feiticeiros, clérigos apóstatas e supostos magos cometiam crimes e angariavam seguidores com ameaças e chantagens. O próprio rei chegou a sofrer com a situação; ele e sua preferida, Mme. Fontages, foram ameaçados de morte. Posteriormente, o rei tomou medidas duras e impôs controles para evitar que tais práticas continuassem a prosperar, estabelecendo penas e castigos que atingiam até mesmo aqueles que lhe eram próximos.

Com o clima de denúncias e delações que se estabeleceu, os cultos coletivos se tornaram perigosos e diminuíram. Mas os nobres e membros da burguesia nascente continuaram a buscar outras vias para vencer as adversidades e obter poder. Alimentados pela ambição e pela inveja, buscaram o pacto com o diabo, pois a união com as forças demoníacas é uma promessa de que tudo isso será conseguido de forma rápida e infalível, resultando num domínio mágico do universo visível e invisível.

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No entanto, falar dos pactos entre Satanás e os homens pode resultar em graves erros de julgamento de natureza moral e ética, pois vários relatos desses pactos eram baseados em mentiras ou eram frutos do interesse da Igreja na luta contra as crenças pagãs. Ainda assim, o mágico e o fantástico continuam a se insinuar nas histórias. A mais conhecida delas, Fausto, de Goethe (1749-1832), veio a influenciar todas as histórias subsequentes.

Fausto é uma figura controversa. Há os que acreditam que ele teria sido uma pessoa real e não apenas um personagem, e que teria firmado um pacto com as forças demoníacas. Afirma-se que existiu um Fust que viveu na Alemanha e que teria sido sócio de Johan Gutenberg (1400-1468), mas nem todos os pesquisadores dessa época da história confirmam essa afirmação.

A lenda diz que Fausto, estando em péssima situação financeira e com seu pai extremamente doente, pensou que faria qualquer coisa para salvar o pai e sair da miséria, até mesmo vender sua alma imortal ao diabo. Nesse instante, um cão que sempre o acompanhava começou a uivar e a se transformar no demônio. Com um giz, Fausto traçou um círculo de proteção à sua volta e recitou uma conjuração, obrigando o demônio a se manifestar.

Quem lhe apareceu foi Mefistófeles, o mais importante dos anjos caídos a seguir a Satanás, e o mais temido dos chefes infernais. O pacto que Mefistófeles lhe apresenta é o agora já clássico: oferece saúde, riqueza e poderes sobrenaturais em troca de sua alma imortal, num contrato com duração de 24 anos. Assim, Fausto teve tudo o que desejava, mas se apaixonou por uma mulher que recusou suas investidas. Mefistófeles viu seus planos perturbados por esse amor e tentou fazer com que Fausto se esquecesse dela trazendo, do passado, mulheres lindas e famosas como Helena de Tróia e Cleópatra. Mas ele não se esqueceu de seu amor e acabou conquistando-a. Quando o tempo do contrato venceu, Fausto tentou fugir de Mefistófeles, mas sem sucesso: sua alma foi consumida e enviada para o inferno.

Outra história famosa de pacto é a de São Cipriano, figura conhecida de qualquer estudante de ocultismo, com seu livro que reuniria centenas de feitiços e fórmulas de feitiçaria, assim como informações para conjurar e estabelecer um pacto com o demônio.

Cipriano, o Feiticeiro, nasceu na Antioquia, por volta de 250 d.C. Recebeu uma educação profunda nos mistérios das ciências antigas e ocultas. Estudou todos os ramos da magia que estavam ao seu alcance, diz-se que manteve contato com diversas forças espirituais e demônios. As informações a seu respeito também dizem que ele teria aprendido tudo com a famosa bruxa de Évora, que lhe deixou vários manuscritos que, posteriormente, iriam se tornar seu livro mais conhecido, o Capa Preta.

Cipriano teria feito um pacto com o demônio para ampliar seus poderes, conjurando espíritos, construindo castelos em pleno ar e sendo servido por potências infernais, aterrorizando os governantes. Cipriano se converteu ao cristianismo depois de tentar, sem sucesso, usar sua arte diabólica para conquistar o amor de uma mulher, em nome de um jovem que o procurara. Cipriano descobriu que a mulher tinha se convertido ao cristianismo e que o Deus dos cristãos era também o senhor do demônio e, assim, não havia como vencê-lo.

Depois de convertido, São Cipriano foi preso pelo imperador romano Diocleciano, sendo torturado e morto, tornando-se um mártir cristão.

Aquilo que, em tempos passados, era uma busca ocasional pelo poder e por riquezas, se transformou numa obsessão. O mundo moderno - com sua enxurrada de produtos e comportamentos que são apresentados diariamente às pessoas como coisas indispensáveis às suas vidas - criou em alguns uma necessidade de estabelecerem pactos de várias espécies.

Atualmente, o mal pode mostrar-se de várias formas, e, portanto, também há várias formas de as pessoas estarem comprometidas com o demônio, sendo que a grande maioria sequer tem noção de que esteja debaixo do jugo satânico. Já aqueles que deliberadamente o buscam para pactuar estão cientes de que estão estabelecendo ligação com o lado sombrio e negativo do mundo invisível e, salvo por um milagre do Altíssimo a partir do pedido desta própria pessoa para se libertar daqueles laços malignos, esta ligação será para a eternidade. 

A Terra é disputada pelo mal para virar um território pleno dos demônios, o Reino de Satanás. Sabemos que há muitos grupos cristãos (portanto absolutamente antagônicos ao maligno) que vêm trabalhando e orando/rezando observantes das Palavras contidas na Sagrada Escritura. São focos de luz no planeta. O maligno deseja destruir tudo que seja luz, para instalar aqui – de forma total – seu reino de trevas e destruição. Para esta guerra que é espiritual mas também está no nível físico, são arregimentadas diariamente multidões, a quem são oferecidos prazeres, poder, dinheiro. O que o maligno pode oferecer é aquilo que está ligado à matéria: o prazer do corpo (que é matéria), o dinheiro (criado para precificar a criação de Deus), o poder humano (criado pelo homem a serviço do maligno para dominar e subjugar seu semelhante), o destaque na mídia (que trabalha, invariavelmente, por objetivos ditados por interesses obscuros...) Mas, se você quiser alguns destes itens, pode ter certeza: o dono deles tem um nome: Satanás!

Quais seriam os mecanismos internos que levariam uma alma a querer se entregar e ter como seu senhor o próprio diabo?

1 - O imediatismo das conquistas terrenas sendo oferecido aos incautos

Se Nosso Senhor Jesus Cristo nos disse que Seu Reino não era deste mundo (João 18, 36), é muito claro para nós entendermos que nada deste mundo deve nos servir como dádiva ou bem almejado, disputado, ou requerido para gozo. Não apenas isto. Não basta não requeremos ou buscarmos os bens e gozos desta Terra, precisamos lembrar que as riquezas (o que realmente é valioso!) devem ser buscadas no espírito, para tornarmo-nos dignos de entrarmos no Reino do céu.

‘Não acumuleis para vós tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem destroem, e onde ladrões arrombam para roubar. Mas ajuntai para vós tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem podem destruir, e onde os ladrões não arrombam e roubam.’ (Mateus 6, 19)

Entretanto, a maioria deseja tudo que entende que lhe possa dar felicidade no momento ‘AGORA’! E este imediatismo às vincula a todos os charlatães (da Teoria da Prosperidade, por exemplo) e a todos os servos do maligno (bruxas, pessoas que fazem ‘trabalhos’, etc) que têm a lhes oferecer exatamente isto: poder, dinheiro, fama – e uma vida eterna a ser passada no inferno!!!

2 – O desprezo às promessas de Jesus Cristo

Aqueles que buscam tudo o que o mundo possa lhes oferecer nunca acreditaram nas promessas feitas por Jesus Cristo, promessas cuja realização não está nesta realidade temporal. Eu diria mesmo que não O conhecem, ou se O conheceram O desprezaram totalmente, calcando aos pés tudo o que o Filho de Deus teria a lhes oferecer no Seu Reino eterno, o Paraíso. O que é característico, portanto, em quem busca no mundo terreno a sua realização material é o desprezar as promessas de Jesus. É calcar aos pés os bens imortais, não passageiros. É trocar os bens imperecíveis por uma materialidade que acaba ali, logo ali à frente. Desprezar o que Cristo tem a oferecer não é só um pecado contra Deus, é um pecado contra a sua própria existência. É um aval para que o inimigo de DEUS se aposse de sua vida para lhe fazer as ofertas que ele tem para oferecer àqueles que quer encarcerar no inferno, para passar toda a eternidade no fogo.

3 - A Pobreza, Obediência e Castidade em oposição à Riqueza, Poder e Prazer

Não é por um acaso que as ordens religiosas dispõem de um juramento a ser feito por seus postulantes que desejam se integrar nessas comunidades. Aqueles que ingressam nessas ordens religiosas fazem votos de POBREZA, OBEDIÊNCIA E CASTIDADE, que constituem uma verdadeira consagração de vida. Você nunca se perguntou o por quê? Quando houve a formação das primeiras comunidades monásticas cristãs, o império romano estava em seu auge de deterioração moral. A ruptura com um mundo mergulhado na imoralidade, idolatria, corrupção, degeneração era o que levava os cristãos a se afastarem para áreas remotas, onde poderiam se dedicar à oração e intensificar seu relacionamento com Deus. A pobreza, a obediência e a castidade são um ‘escudo’ contra os ataques demoníacos que possam querer insuflar na alma um amor às riquezas, poder e prazeres que o mundo oferece, e assim fazerem-nas se desviar do caminho que leva a Deus.  

O conselho evangélico da CASTIDADE é assumido por causa do Reino dos Céus, que caracteriza uma forma de vida consagrada a Deus, e considerada como sinal do mundo futuro. Assumida de modo estável, quer ser, já no mundo presente e transitório, uma presença daquele estado do reino da graça em que os homens não se casam nem se dão em casamento. ‘Na ressurreição, as pessoas não se casam nem são dadas em matrimônio; são, todavia, como os anjos do céu.’ (Mateus 22, 30)

 O conselho da POBREZA é assumido à imitação de Cristo, que, sendo rico, se fez pobre por nós, vivendo uma vida pobre na realidade e no espírito, no trabalho e na sobriedade, alheia às riquezas deste mundo. A POBREZA consiste na descoberta da riqueza do Reino de Deus que converte todos os homens em proprietários de um mesmo bem e em participantes de uma vocação comum, herdeiros da mesma promessa do Reino. A dupla dimensão da pobreza que Jesus manifestou são:

  1. A pobreza do ser, isto é, o esvaziamento do poder e do prestígio que são formas de riquezas para as quais nós todos tendemos instintivamente;
  2. A pobreza do ter, ou seja, a precariedade das coisas materiais que são incapazes de oferecer a felicidade a que aspiramos.    

Já a OBEDIÊNCIA, que é a submissão da vontade, numa dinâmica de fé e de amor, movida pelo Espírito Santo, e que leva a seguir a Cristo, que obedeceu ao Pai, sendo sua primeira finalidade o culto a Deus.  A OBEDIÊNCIA consiste na oferta da própria vontade e do próprio ‘eu’ como sacrifício de si a Deus em vista de uma união mais estável e segura com a vontade salvífica do próprio Deus. Ela faz entrar mais segura e decisivamente no mistério divino de salvação em comunhão com Cristo.

 

Fazer um pacto com o demônio está muito além de conseguir para si uma boa vida e a plenitude de conquistas que o mundo possa oferecer; um pacto com o mal é identificar-se espiritualmente diante do universo e dizer a ele quem você segue - e consequentemente colher os frutos disto. Um pacto com o mal é assinar sua nova certidão de nascimento espiritual, deixando de ser filho de Deus para se tornar servo do demônio.

As enganadas pessoas que possam achar que lucrarão algo com estes pactos têm uma visão ‘romantizada’ do assunto, achando que serão mais ‘poderosas’ e ‘influentes’ que a maioria, mas o que elas não sabem é que o ‘poder’ que acreditam ter é apenas manifestação demoníaca em suas vidas terrenas. Este ‘poder’ logo cessará assim que morrerem, e se tornarão uma infeliz alma, que suplicará por misericórdia, em um local em que não haverá misericórdia.

Não existe acordo com o mal. Pactuar com ele significa que você vai ser enganado no final. Ele está no ‘jogo’ para ganhar almas para o inferno, e a sua é uma que ele almeja. Ele é um perdedor diante do Altíssimo, porque já perdeu a vida ao lado de Deus, e agora quer fazer você ser perdedor, como ele.

Ele fará tudo para que seu reino infernal aumente, colocando lá as almas que aqui ele irá iludir, mentir e enganar, para conquistá-las, e após a morte, levá-las para escravizar e torturar pela eternidade. Almas que nunca mais poderão ver a Deus, nem serão ouvidas por Ele, porque a hora de ouvir a Deus é agora, já, nesta vida.

 

 

 

Fontes: http://www.espiritualismo.info/satanismo.html

Revista SEXTO SENTIDO - Ano 5 - Número 53 

E-book: A profissão dos conselhos evangélicos, Francisco F. da Silva OFM, Ed. Loyola 


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Sexta-feira, 26 de Abril de 2024










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