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Telemedicina - Consultas virtuais a pacientes serão realidade, com prazo máximo até 2025

 

Chao Lung Wen defende o uso da tecnologia no atendimento médico.Chao Lung Wen defende o uso da tecnologia no atendimento médico.

Chegará o dia em que a prestação de serviços virtuais de saúde se tornará uma realidade? Muitos duvidam, mas para o chefe da disciplina de Telemedicina da Universidade de São Paulo (USP) e coordenador de estudos na área, o professor Chao Lung Wen, essa realidade está próxima e se dará até 2025. Ele esteve em Vitória na última segunda-feira para participar do I Fórum de Telemedicina, realizado como parte das comemorações pelos 49 anos da Emescam.

O professor defende que as principais inovações na área de saúde virão de tecnologias que permitam assistência remota, como aplicativo para tablets e celulares, e os atendimentos se darão no que ele chama de terceiro lugar, ou seja, a casa do paciente. Os dois primeiros lugares são o hospital e o consultório.

O futuro da medicina é a telemedicina?

Sem dúvidas, até 2025 a telemedicina vai influenciar toda a área de saúde, tanto quanto a internet banking influenciou os bancos nesses últimos dez anos. Antes da internet banking os bancos físicos tinham filas enormes, e hoje eles estão bem mais organizados. Da mesma forma, é provável que com que a telemedicina seja feita uma reorganização do sistema de saúde.

Em que ela consiste?

É um sistema provedor de serviços de medicina e saúde, usando tecnologias eletrônicas e de telecomunicação, o que possibilita a realização de serviços à distância.

Até 2025 quais serviços estarão disponibilizados por meio da telemedicina?

A telerreabilitação de pacientes, uma pessoa que tenha sofrido um acidente vascular cerebral, por exemplo, e precisa fazer fisioterapia, poderá fazer parte do tratamento de forma presencial e parte em casa, seguindo as orientações. Interconsultas, que é troca de informações entre médicos para o auxiliar o paciente no momento de uma consulta. E com teleorientação e teleacompanhamento a pacientes que já tenham tido um contato prévio com o médico; telediagnósticos e alguns exames de apoio.

Como é a aceitação dessa modalidade no Brasil?

Estamos numa fase de familiarização da Telemedicina e consolidação de uso deste recurso para provimento de serviços. A população brasileira ainda está, gradativamente, conhecendo a Telemedicina e percebendo suas facilidades. Muitas instituições estão tomando iniciativas nesse sentido, uma delas é a Emescam, que está criando uma equipe para desenvolver esse trabalho. Em vários países, como Canadá e Inglaterra, ela é muito bem aceita e já está incorporada na rotina de atividades.

Quais os prós e os contras da Telemedicina?

Os prós são a capacidade de abrangência e a possibilidade de provimento de serviços para grandes áreas. O lado negativo é que ela não consegue, hoje, cobrir todas as características de um atendimento presencial, razão pela qual o Conselho Regional de Medicina (CRM) só autoriza a interação entre médico com médico. Dessa maneira o médico que está próximo ao paciente é o responsável pelo exame físico. Outro aspecto negativo é que por meio da Telemedicina não se consegue fazer procedimentos como pequenas intervenções cirúrgicas, mas isso não quer dizer que no futuro isso não será resolvido via robótica.

Ela tornará os atendimentos mais acessíveis financeiramente?

Bem planejada, ela tem o potencial de tornar a abordagem à saúde mais eficiente, e inclusive possibilitando melhoria na qualidade e no custo de atendimento de doentes crônicos.

Como os médicos devem lidar com os perigos como hackers e vazamento de dados dos pacientes?

Eles precisam ser formados em relação a diversos aspectos entre eles, a parte sobre Ética, Responsabilidade e Segurança Digital, Telepropedêutica e Responsabilidade Cível. Por este motivo é fundamental incluir nos cursos médicos de graduação, na residência médica e na pós-graduação, disciplina obrigatória de telemedicina para garantir a formação adequada dos futuros profissionais e atualização dos profissionais em atividade.

 

Fonte: http://novo.gazetaonline.com.br/noticias/cidades/2017/03/consultas-a-pacientes-vao-ser-virtuais-ate-2025--diz-especialista-1014034377.html

(Título original: ‘Consultas a pacientes vão ser virtuais até 2025’, diz especialista)

 


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